1. Numa frase apenas – ou duas – como caracterizam conceptualmente o álbum “Magnífico Material Inútil”?
Todo o conceito do disco se resumem às três palavras que o intitulam.
2. “Magnífico Material Inútil” é um disco de ‘viragem’ ou um disco de ‘continuidade’, em relação ao vosso anterior registo? Que principais diferenças encontram?
Para nós é um disco de evolução com tudo o que isso acarreta. O espírito da banda continua a ser o mesmo e a nossa abordagem à música também. As diferenças foram essencialmente o tempo que gastámos em estúdio. As duas semanas de gravação permitiram explorar algumas ideias e experimentá-las também. Não deixa de ser um trabalho muito nosso, como todos os anteriores.
3. Este foi um disco feito a pensar no público que vos ouve? Que expectativas têm em relação à sua aceitação?
Partimos para este disco sem expectativas. O facto é que não podemos encarnar as expectativas de toda a gente e corresponder, mas também não é isso que queremos fazer. Com toda a exposição mediática a que o disco tem sido sujeito, temos a noção que este é o primeiro ponto de contacto que muita gente teve com a nossa música, por isso não faz muito sentido falar no “público que nos ouve”, exactamente por sabermos que provavelmente ele iria aumentar bastante com o lançamento do disco. A aceitação também não foi unânime e nunca será, mas nós estamos conscientes da qualidade do nosso trabalho e já estamos bastante contentes por ver cada vez mais pessoas nos concertos.
4. Que sensações esperam que as pessoas retirem da audição do novo disco?
A música fala às pessoas de maneira diferente, por isso é difícil comprimir uma resposta em duas ou três frases. Se puder proporcionar um momento de bem-estar já é um motivo de orgulho.
5. Se tivessem que escolher a faixa que melhor encarna o espírito do novo disco, qual escolheriam? Porquê, mais sucintamente?
Este disco é acima de tudo um álbum, não uma colagem dispersa de canções. Faz sentido ouvi-lo todo do início ao fim, mas talvez destaque a Armada de Pau por causa do refrão. Ainda chega a ser arrepiante para mim, que o escrevi.
6. O que podem esperar as pessoas que vos forem ver ao vivo?
Podem esperar que estejam quatro rapazes a divertir-se em palco, independentemente das circunstâncias.
7. Como vai ser o futuro próximo d’Os Pontos Negros?
Agora só pensamos em tocar no maior número de sítios para o maior número de pessoas, temos uma agenda algo preenchida até ao fim do ano, mas esperamos que até lá ainda surjam mais espectáculos.
“Magnífico Material Inútil” – Os Pontos Negros (Universal, 2008)
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