É uma experiência que saudavelmente se vem repetindo. Felizmente. Falo do regresso aos discos de The Partisan Seed – de uma forma ou de outra.
Pegando já em “Indian Summer”, ouvir The Partisan Seed é  como participar num diálogo que nos é próximo; mais do que isso, é participar num diálogo com alguém que nos é íntimo. É a ideia de intimidade a atravessar de novo a arte de The Partisan Seed. Parece que nos sopra ao ouvido, que sentimos a sua respiração, tão perto parece estar Filipe Miranda. Fala baixinho, trata-nos por tu enquanto dá cor às suas palavras com uma música tão simples como luminosa . Bem vindos a “Indian Summer,” o último álbum de The Partisan Seed.
Em boa verdade, esteticamente, não é sequer um disco muito diferente do anterior “Visions of Solitary Branches” (Transporte de Animais Vivos, 2006). Sobressai, é certo,  a enorme segurança como Filipe Miranda apresenta cada faixa de  “Indian Summer”; a honestidade depositada em cada tema que escreve e interpreta. Sem pressas nem recuos, este é um disco cheio de cor, um disco outonal ainda preso à luz do verão. São 10 novos temas bem embalados por cativantes melodias e palavras suspiradas com uma inabalável naturalidade. Menos autobiográfico e mais ficcional que o anterior registo, são histórias que prosseguem o seu caminho. Um caminho de proximidade.
Sozinho e parecem tantos. E são mesmo. Tal como acontecera no anterior disco, The Partisan Seed diversifica a sua abordagem convidando um sem número de amigos para o ajudar a contar as suas histórias. Entre novos e amigos de sempre, é extensa a  lista de convidados de “Indian Summer”. Com um óbvio destaque para a australiana Charity Carleton – também voz em “Ofélia (again)” – e Abel Hernández – spoken words em “La Ultima Piedra de Una Novena”, há ainda a ressaltar as presenças de Lisete Santos (coros), Nuno Fernandes (guitarra), Pedro Oliveira (bateria), Marta Falcão (coros), José Arantes (violoncelo, cavaquinho e coros), Ricardo Falcão (coros e maracas), Sérgio Mendes (Mazgani) e Jorge Reis-Sá (poesia). Um pequeno mundo.
Mais um registo de grande beleza acústica.

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capa de Indian Summer
“Indian Summer” – The Partisan Seed (Transporte de Animais Vivos, 2008)

01 Ditch
02 Song for a beautiful mass
03 Sound, we make sound
04 Ofelia (again)
05 Write the blood on your skin
06 God is a word
07 Judy (somewhere)
08 La última piedra de una novena
09 Portuguese migration song
10 Phoenix (one visible dark)

género: folk-rock
sítio sítio

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.

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