Sem elouquecer, gosto de dizer que a pop nacional precisa de discos assim…
…de discos que sem cair no facilitismo exagerado e meloso da reprodução, consigam criar uma música directa, envolvente, simples mas capaz de dar à pop nacional alguma da sinceridade que por vezes lhe escapa. “Propaganda” parece ir por aí…levado – também – por um forte piscar de olho ao sonoro mais indie da guitarra e secção rítmica em punho.
Com base em Mondim de Basto, os Orangotang (Rui Mota na voz e guitarra, Rui Lemos na bateria, Manuel Mário na guitarra e Rui Pintado no baixo e sintetizadores) apresentam em “Propaganda” uma sonoridade tipicamente pop-rock onde a electrónica exerce um papel vital, o papel da matéria que enche o corpo e o amacia – o aveluda e o torna apetecível. Este é o caso típico de um disco que vale muito mais que a soma das suas partes, tal a coerência estética que envolve o sucessor do EP de 2003 “The Factory Songs” – qual bem-vinda reencarnação. Depois, porque a poesia também pesa, o canto na língua de Portugal faz o resto, confere-lhe o cunho autóctone que o personaliza e o torna facilmente assimilável.
Sem inventar e sem desperdícios, “Propaganda” pode bem ser um dos luminosos raios da pop-rock nacional de 2006.
No fim, apenas um certo sabor a pouco…mesmo com as duas remixes de “Fome” (uma de 21 Tech Rock e outra de Bruno Neto).

som Ouvir os três singles do álbum “Propaganda”.

info Passatempo: Os vencedores do passatempo “Propaganda” foram o Vicente de Alcobaça, o Duarte de Odivelas, o Sobral do Porto, o Almeida de Peso da Régua e o Silva de Lisboa. Parabéns!

capa de Propaganda
“Propaganda” – Orangotang (No Rec, 2006)

01 Fome
02 Já vais tarde
03 Só!?…
04 Lâmpada azul
05 Prazer
06 Mais alto
07 Fome (remix por 21 tech rock)
08 Fome (remix por Bruno Neto)

tipo Pop-Rock
sítio www.orangotang.net
sítio www.industriarock.com

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.

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