Há música e música. E a ideia não é de modo algum desvalorizar uma face à outra. Nada disso. Quer apenas dizer que ao limite, numa perspectiva entre muitas possíveis, quem vive da música ou se dedica a ela apenas por lazer, pode seguir um de dois caminhos – ambos perfeitamente aceitáveis. Há os que seguem o caminho da criatividade, da criação pela diferenciação constante; e depois há os outros. Os The Firstborn enquadram-se obviamente no primeiro grupo. “The Noble Search” é o motivo.
Recuando no tempo, até 2005, este ano via ser lançado pelo menos uma grande surpresa dentro do espectro metal nacional. O disco chamava-se “The Unchenching of Fists” (ProCon Media, 2005) e deixou o meio underground deliciado e expectante com o futuro. Já baseado em escritos tibetanos e já de tendência étnica e experimental, o disco pecava apenas por uma produção aqui e ali menos conseguida. Pois bem, o futuro chegou para a banda de Bruno Fernandes – voz, Nuno Gervásio – guitarra, Hélder Malícia – baixo – e Rolando Barros – bateria. E chegou cheio de fé, como que numa evocação mágica e ao mesmo tempo espiritual.
Ao quarto álbum, os The Firsborn atingem a maioridade criativa, consagrando-se efectivamente como um dos nomes mais importantes da cena metal nacional. Se “The Noble Search” é extraordinariamente diferente de “The Unchenching of Fists”? Na forma não, no feitio sim. É semelhante só que melhor. Muito melhor. Se na sua essência a banda da Margem Sul continua votada a uma estética budista, na palavra, na imagética e nos gestos – parte das vendas do disco são destinadas à luta pela libertação do Tibete, já no que toca ao som, a melhor produção do disco conferiu-lhe uma força orgânica diferente, não fugindo nunca à sua forte componente étnica. Uma produção bem mais cuidada que faz aqui toda a diferença. E se é verdade que a sitar de Luís Simões (Saturnia) e a percussão de Vorskaath (Zemial) fazem também a diferença, o restante trabalho instrumental é igualmente de um equilíbrio assustador. Deixemo-nos levar numa viagem inspirada por um entrelaçado de dinâmicas ora avassaladoras, ora tranquilas, onde o grupo aproveita para reclamar as suas dúvidas. Furiosa serenidade a dos The Firstborn. Deixemo-nos levar por uma energia experimental capaz de nos hipnotizar e levar por aí adiante. Por aí. Composto por apenas 8 temas, suficientes para nos vidrar sem cansar, este é um disco sem pontos fracos. Parece a opção. Poucos mas bons. Todos. Uma palavra final para a fantástica voz de Bruno Fernandes. Praticamente irrepreensível.
Fica a ideia de uma descoberta constante; de uma aventura extraordinária por um mundo muito próprio, uma realidade The Firstborn. O metal nacional está de parabéns; os The Firstborn estão de parabéns.
Recuando no tempo, até 2005, este ano via ser lançado pelo menos uma grande surpresa dentro do espectro metal nacional. O disco chamava-se “The Unchenching of Fists” (ProCon Media, 2005) e deixou o meio underground deliciado e expectante com o futuro. Já baseado em escritos tibetanos e já de tendência étnica e experimental, o disco pecava apenas por uma produção aqui e ali menos conseguida. Pois bem, o futuro chegou para a banda de Bruno Fernandes – voz, Nuno Gervásio – guitarra, Hélder Malícia – baixo – e Rolando Barros – bateria. E chegou cheio de fé, como que numa evocação mágica e ao mesmo tempo espiritual.
Ao quarto álbum, os The Firsborn atingem a maioridade criativa, consagrando-se efectivamente como um dos nomes mais importantes da cena metal nacional. Se “The Noble Search” é extraordinariamente diferente de “The Unchenching of Fists”? Na forma não, no feitio sim. É semelhante só que melhor. Muito melhor. Se na sua essência a banda da Margem Sul continua votada a uma estética budista, na palavra, na imagética e nos gestos – parte das vendas do disco são destinadas à luta pela libertação do Tibete, já no que toca ao som, a melhor produção do disco conferiu-lhe uma força orgânica diferente, não fugindo nunca à sua forte componente étnica. Uma produção bem mais cuidada que faz aqui toda a diferença. E se é verdade que a sitar de Luís Simões (Saturnia) e a percussão de Vorskaath (Zemial) fazem também a diferença, o restante trabalho instrumental é igualmente de um equilíbrio assustador. Deixemo-nos levar numa viagem inspirada por um entrelaçado de dinâmicas ora avassaladoras, ora tranquilas, onde o grupo aproveita para reclamar as suas dúvidas. Furiosa serenidade a dos The Firstborn. Deixemo-nos levar por uma energia experimental capaz de nos hipnotizar e levar por aí adiante. Por aí. Composto por apenas 8 temas, suficientes para nos vidrar sem cansar, este é um disco sem pontos fracos. Parece a opção. Poucos mas bons. Todos. Uma palavra final para a fantástica voz de Bruno Fernandes. Praticamente irrepreensível.
Fica a ideia de uma descoberta constante; de uma aventura extraordinária por um mundo muito próprio, uma realidade The Firstborn. O metal nacional está de parabéns; os The Firstborn estão de parabéns.
“The Noble Search” – The Firstborn (Major Label Industries, 2008)
01. Illumination of the Five Realms
02. Water Transformation
03. Flesh to the Crows
04. `sunyata (The Wisdom of Emptiness)
05. The Noble Search
06. In Praise of Reality
07. Bliss
08. Ocean of the One Vehicle
Metal
www.thenoblesearch.com
www.myspace.com/mlindustries