E já lá vão dois de uma trilogia de EPs. O primeiro foi lançado em 2011, “Five Easy Pieces” (PAD), o segundo foi lançado já este ano, “Glaser” (PAD) de seu título. Previsto ainda para este ano, está o terceiro e último capítulo desta trilogia. Eles são os Palmer Eldricht, uma dupla bracarense.


Palmer Eldricht – “Five Easy Pieces” (PAD, 2011) | Ouvir

Profundamente ambiental, a obra de Palmer Eldricht constrói-se com base numa clara exploração da electrónica. Se na sua génese “Five Wasy Pieces” a “Glaser são bastante semelhantes, no seu desenvolvimento e objectivos já há algumas diferenças. De “Five Wasy Pieces” a “Glaser”, intensifica-se uma subida em altura, onde apenas o espaço parece ser o limite.

O primeiro EP, “Five Easy Pieces”, é respiração, é batimento, mantém-nos ligados à terra ainda que por momentos a batida nos faça levantar os pés do chão e pairar pelo ar, levitando, sempre ao sabor de uma batida estranhamente dançável. Levitando, olhando para o céu e sentindo já para onde nos leva o capítulo seguinte. Já há em “Five Easy Pieces” um centrado olhar espacial.

Em “Glaser” reduz-se o batimento. Reduzida também a gravidade, parecemos apenas corpos a vaguear pelo espaço, perdidos de alguma forma naquela negritude atmosférica. Isolados, apenas com os nossos fantasmas, “Glaser” é uma viagem feita de mensagens abstractas, a espaços aberta a explosões de luz que nos acalmam. Introspectivo, “Glaser” pode bem ser também uma viagem pelo nosso interior.

Fica o mistério de uma viagem experimental, sem palavras mas com emoções; interiores; exteriores.

capa de Glaser
Palmer Eldricht – “Glaser” (PAD, 2012) | Ouvir

| ELECTRÓNICA |
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By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.