1. Numa frase apenas – ou duas – como caracterizas conceptualmente o EP “You”?
Todas as canções falam de um «outro», o tal You. Em termos de letras, tendo a andar muito à volta das relações entre as pessoas, dos problemas de comunicação que têm, do bem e do mal que fazem umas às outras.
2. “You” é o teu disco de estreia. Como correram as gravações? Que peso teve a produção de Nuno Rafael?
O processo foi um pouco estranho, e muito diferente daquilo a que estava habituada com os Casino. Comecei por gravar eu as canções, em casa, tocando tudo o que conseguia — guitarras, baixo, teclas e sobretudo muitas vozes. Depois passei as gravações ao Nuno Rafael, que lhes esteve a dar um jeito: nalguns casos acabou até por haver alterações na estrutura das músicas. Finda essa parte, passámos três dias em estúdio. Lá gravamos bateria — do José Vilão —, guitarras — minhas e do Filipe Pacheco — e novas vozes — minhas e do Nuno Rafael. Que depois as misturou com o Nelson Carvalho. Tive uma sorte incrível em trabalhar com todos eles, e também com o Pedro Magalhães e o Eduardo Vinhas, que gravaram connosco no Golden Pony. Sempre disse que se pudesse escolher um produtor em Portugal seria o Rafael (se fosse em todo o mundo seria o John Brion!). O trabalho dele não foi de transformar nada radicalmente, mas sim de ajudar as músicas a saírem melhor.
3. Este foi um disco feito a pensar no público que te ouve? Que expectativas tens em relação à sua aceitação?
Não posso dizer que tenha feito o disco a pensar num público… Mas é claro que «A song is not a song until it’s listened to», como canta o Neil Hannon dos Divine Comedy. Até alguém ouvir a música e gostar dela, ou disser mal dela, é como se ela não existisse. Nos concertos temos tido reacções muito positivas de pessoas que não conheciam a música, o que é óptimo. Sinceramente, espero que haja pessoas suficientes a gostar do disco para que possamos tocar com alguma regularidade!
4. Que sensações esperas que as pessoas retirem da audição do novo disco?
Não sei bem o que diga… Não faço ideia. Espero que cantarolem e que lhes saiba bem ouvir estas músicas.
5. Se tivesses que escolher a faixa que melhor encarna o espírito do novo disco, qual escolherias? Porquê, mais sucintamente?
Hmmm, é difícil! São só cinco! Mas creio que talvez o single, «A song to celebrate our love». Mistura a gravação caseira com o som de estúdio, é a canção mais bem-disposta que alguma vez fiz e acho também que a melhor. Portanto é a melhor do disco, logo a melhor representante!
6. O que podem esperar as pessoas que te/vos forem ver ao vivo?
Pois depende! Eu, guitarra e voz. Eu, guitarra e voz e o Filipe Pacheco voz e guitarra. Ou nós os dois mais o Nuno Rafael no baixo e o José Vilão na bateria, ambos a cantar também. As músicas do disco, algumas mais recentes, músicas dos Casino e versões de outras bandas, que vamos variando, de Pixies a Beach Boys.
7. Como vai ser o futuro próximo de Minta?
Concertos, muitos, espera-se! Em qualquer um dos formatos anteriormente citados. Escrevam-me se tiverem propostas — o mail é minta.music@gmail.com. O próximo é em Torres Novas, no Teatro Virgínia, no dia 22 deste mês. E em Dezembro tocamos no Musicbox, em Lisboa, no dia 11. Vamos também gravar as músicas novas, não tarda.
“You” – Minta (Edição de Autor, 2008)
Folk Rock/Pop
www.myspace.com/mintamusic
www.minta.me (em construção)