::Tema: “Sempre Ausente” – António Variações (“Anjo da Guarda”, EMI, 1983; Reed. iPlay, 2008)
::Tempo: 1983
::Espaço: Lisboa
::Expressão:
É incrível como a cada regresso à obra de António Variações, mais convencidos ficamos da sua centralidade para a história da pop nacional; passado, presente e futuro. Foi assim, enquanto apresentava o melhor deste senhor ao mais jovem inquilino aqui da orquestra – sim, também dá para embalar. Como grande parte da sua obra, também este belíssimo “Sempre Ausente” é marcado por um forte teor autobiográfico:

Diz-me que solidão é essa
Que te põe a falar sozinho
Diz-me que conversa
Estás a ter contigo

Diz-me que desprezo é esse
Que não olhas para quem quer que seja
Ou pensas que não existes
Ninguém que te veja

Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos

Lá vai o maluco
Lá vai o demente
Lá vai ele a passar
Assim te chama
Toda essa gente
Mas tu estás sempre ausente
Não te conseguem alcançar
Mas eu estou sempre ausente
Não me conseguem alcançar

Diz-me que loucura é essa
Que te veste de fantasia
Diz-me que te liberta
Que vida vazia

Diz-me que distância é essa
Que levas no teu olhar
Que ânsia e que pressa
Que queres alcançar

Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos

(António Variações)

Se ninguém se queixar, aqui fica a recordação:

capa de anjo da guarda
“Anjo da Guarda” António Variações ( EMI, 1983; Reed. iPlay, 2008)

sítio Wikipedia
sítio www.myspace.com/antniovariacoes

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.