CONCERTOS“Transform Zone 2005” – 2ºdia

4 de Junho, Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense, Alverca, outra vez.
Hoje, quase a horas…
Numa noite composta pela final da 10ª Audição de Jovens Músicos, evento organizado pela Câmara Municipal de V. F. de Xira, com mini-concertos de Sir Giant (S.João do Estoril), Sugar (Odivelas) e Zieben (Sintra), e pelos concertos de Nicorette e Plaza, esta ficou marcada mais uma vez, mais do que ontem, por uma fraquíssima adesão do público. É um fenomeno estranho, ou talvez não, mas que infelizmente nos mantém preocupados. Os bilhetes custavam 3 euros.

10ª Audição de Jovens Músicos (Sir Giant, Sugar e Zieben)

Zieben (Foto: Rui Dinis)

A final começou com Sir Giant, que infelizmente não ouvi, melhor, ouvi mas à distância, enquanto saboreava o já tardio café da noite.
Depois vieram os Sugar (antes Baby Condoms???), quinteto de Odivelas já com alguma rodagem e que com os três temas da sua apresentação, deambulou (e bem, ainda que sem grande originalidade) pelo pop/rock mais ou menos orelhudo, mais ou menos teenager. Temas simples, bem construídos e directos ao objectivo; uma boa prestação que não chegaria para vencer.
Por fim, vieram os Zieben, quarteto de Sintra já bem habituado a este tipo de confrontos (positivamente entendido claro). Num estonteante mini-concerto feito de energia, raiva e constantes oscilações de ritmo, os Zieben alternam entre a melodia e um incisivo hardcore, curioso e certeiro, onde a voz de Sérgio Marçal se mantém firme. Boa apresentação ao vivo. Aqui para o maestro, pelo que me foi dado a ouvir, mereciam ganhar…e ganharam. Parabéns.

Nicorette

(Foto: Rui Dinis)

Por entre o intimismo e a melancolia de um som vivo e intenso, ontem, infelizmente perdido na sala quase vazia, o pop de base electrónica dos Nicorette mostrou o que pode valer ao vivo. Vale. Cheira a paixão, ora luz ora escuridão, escondida nas fortes batidas há vida, intensa serenidade…a dupla Nicorette, Sílvio Rosado e Carla Lickfold, ao vivo acompanhados por mais três elementos, deram ontem o concerto possível, não por eles, pelo resto… Para quem ouviu “Eternal Premiére”, disco de estreia da dupla, gostou mas duvidou da sua funcionalidade ao vivo, pode estar descansado, funciona e bem, desde que enquadrado. Naturalmente a maquinaria electrónica faz parte do trabalho, no entanto, é importante ressaltar o trabalho rítmico do baixo de Sílvio Rosado e a voz e presença (e que presença) de Carla Lickfold. Bonito momento, cantando deitada no palco.
Foi bom, foi pena faltar aquilo…

Plaza

(Foto: Rui Dinis)

Sobre os Plaza não há muito a dizer. Primeiro, porque facilmente saem como triunfadores de uma qualquer noite musical (ontem não foi excepção), segundo, porque não há mesmo muito a dizer. É aquele som feito para animar as massas, ontem extraordinariamente alto, e se é verdade que nisso o disco funciona bem, ao vivo funciona ainda melhor, muito melhor. Músicos de grande experiência, Quico Serrano e os irmãos Praça, sabem como ninguém animar uma plateia, até curta como a de ontem. Nisso, uma vez mais, os Plaza e o seu pop electrónico se saíram bem. Simples, visual e directo, tocaram o que havia para tocar e no encore, à moda antiga, repetiram “In Fiction” e “July the 1st 1984”, último single do disco de estreia da banda.
Curioso momento com “Electric Mind”, com parte do público a ser convidado a invadir o palco. No fim, venceram a noite…

transformadores.blogspot.com/

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.