Alguns EPs têm destas coisas; criam tensão; dúvida; até frustração. O EP de estreia dos The Dorian Grays é um desses discos.
Composto por apenas 4 faixas, “Gentle Persuasion” é uma amostra assaz interessante não só do que andam os The Dorian Grays a fazer por estes dias, mas principalmente do que poderão vir a fazer no futuro. É um registo curioso, tal a forma como são geridas as diferentes tensões que o habitam; às vezes seres ternos; noutras seres violentos. São as várias velocidades dos The Dorian Days. Dizem-se “trovadores do escuro, das vielas onde os gatos são pardos e dos clubes onde olhares se cruzam em busca de algo onde se possam perder. Reflexo do mundo onde vivemos; do ruído dos engenhos, da melancolia da cidades e da turbulência das noites, numa sociedade de ver e ser visto; que odiamos e amamos, de que fazemos parte mas queremos fugir” (1). São os novos trovadores urbanos, enredados numa vontade quase esquizofrénica de ser e experimentar várias coisas ao mesmo tempo; gritos e pianos constroem a particular personalidade do grupo de João Batanete (bateria, percussão, vozes e Atari Punk Machine), Dennis Mendes (teclados e maquinaria) e Miguel Ferreira (voz e guitarra). Uma personalidade forte a despontar e a comprovar em registo futuro, mais completo. Para já, fica a frustração do sabor a pouco.
A produção foi de Marco Jung.
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“Gentle Persuasion” – The Dorian Grays (Edição de Autor, 2009)
01 Ode To No One
02 The Butcher
03 Our Excess
04 There Isn’t a Title Long Enough to Tell You How Much You All Look the Same to Me