“(…) Daí que seja importante compreender que um novo álbum seu não é só o retrato de determinado período ou a sintetização de repertório recentemente acumulado: é igualmente um acto de transcendência face à realidade que conhece, um momento de superação artística que tem forçosamente de gerar mais-valias para ganhar razão de ser, o fruto – ou a semente, como se queira ver – que justifica a árvore e, inevitavelmente, a aceitação das suas contradições, desejos, medos e inquietações (…)” (nota de imprensa)
Efectivamente, a obra artística de Norberto Lobo é feita destes momentos de superação. Em boa verdade, só desta forma faz realmente sentido. De “Mudar de Bina” (Bor Land, 2007) a “Pata Lenta” (Mbari, 2009) e deste ao mais recente “Fala Mansa”, há na obra de Norberto Lobo uma vontade indómita em acrescentar um ponto a cada conto que se desvenda. Sem nunca perder a coerência, “Fala Mansa” persegue esse mesmo objectivo. É um caminho feito de narrativas instrumentais, quase sempre acompanhadas por um dedilhar emocionado e introspectivo. E quase sempre porque neste vivem também tamburas, bandolins, teclados e raras vozes. Vivem igualmente marcados pela genialidade de um músico que continua a fazer da simplicidade a sua maior arma. E se custa ser génio na simplicidade. Se custa fazer esse caminho de dentro para fora, um caminho feito de conversas interiores que mais não são do que imagens abstractizadas da realidade dos nossos dias. Como quem lhe espreita do alto a alma, ou pelo menos o que dela se pode ver. Norberto Lobo é expressividade e paixão.
“Fala Mansa” é mais um grande disco de Norberto Lobo. Apenas isso. O que não é pouco.
Norberto Lobo – “Fala Mansa” (Mbari)
01 Chuva Ácida (Darque)
02 Charleston Para Jack
03 Fio Mental (Oiã)
04 Balada Para Lhasa
05 Chao Min De Luz
06 Requiem Para As Abelhas
07 Aconchego Solar
08 Shibuya Girls Parte I
09 Shibuya Girls Parte II
10 Haiku Para Mike
11 Fala Mansa
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