Bem-vindos ao universo kubikiano…
Dez anos é algum tempo e no caso de Kubik, é o tempo suficiente para o cientista sonoro da Guarda ganhar o seu espaço no universo da música eléctrónica e experimental portuguesa; um espaço que o identifica claramente como indivíduo criativo, sujeito detentor de uma personalidade que o assinala como artista singular. E por isso, Kubik tem direito a um universo só seu. É o resultado de um ciclo que se abriu ao mundo com o incrível “Oblique Musique” (Zounds Records, 2001) e se afirmou com o não menos interessante “Metamorphosia” (Zounds Records, 2005). Em 2011, Kubik fechou este ciclo com o estimulante e minucioso “Psicotic Jazz Hall”. E porque é de minúcia que estamos a falar, “Psicotic Jazz Hall” é uma manta feita de retalhos de vários estilos, recortados e alinhavados com uma perfeição já conhecida. Se o jazz e a electrónica concorrem como matrizes, já a continuidade destes segue pelos caminhos mais diversos, alguns insondáveis, outros quase inomináveis, sabemos apenas que passam perto de várias correntes rock, ambientais ou mesmo étnicas. Passam perto porque o resultado chega sempre um pouco mais longe; um pouco diferente; um pouco kubikiano. Ao longo do disco, é ver estilos e géneros desfilarem abraçados, manipulados com aquela mestria e sobrepostos num cenário de uma imagética cinematográfica subjacente. Da psicose à normalidade em apenas 46 minutos.
“Psicotic Jazz Hall”: uma estética da fusões.
Kubik – “Psicotic Jazz Hall” (TMG, 2011)
01 Damnation
02 Shina-Kak
03 Liquid Paper
04 Gerry & Gerry
05 Psicotic Jazz Hail
06 Selatius, 17 th Century
07 Imagetica
08 Freak Jazzmen
09 I Think I Am…
10 Shlomo Venezia is Not Dead Yet
11 Children of The Revolution
12 Come and See
13 Dema-Gõd
| ELECTRÓNICA |
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