12 murros, uma dúzia de rounds de “Airplane Saying Go” a “Too Flop to Boogie” em dilaceração.
Pois não, os Bunnyranch não estão cá para inventar nada, antes existem para gritar bem alto quem são: rock’n’roll, muito suor, blues & blues e fumaça sempre a abrir na tarola e nos pratos. Sem parar. “Trying to Lose” é inconsolavelmente romântico, não o som (pois, pois), mas a relação dos homens de Coimbra com a música. É fraternal. É de chorar e pedir por mais.
Bunnyranch = “Trying to Lose”?, definitivamente não, é numa atitude algo punk em cima do palco que estes rockers se despem e desvendam toda a sua louca essência, espetando-nos uma murraça no peito a cada tema até ao K.O. mais que certo. Só ao vivo os Bunnyranch se humanizam realmente, o disco é apenas um aperitivo. De luxo, diga-se.
O que mais impressiona em Bunnyranch e “Trying to Lose” é a sinceridade, a humildade e a vontade em apregoar “daqui não saio daqui ninguém me tira”. Repetem-se fórmulas, mas de peito aberto, sem fugas ao sabor do vento. É o que eu faço é o que eu sou, numa energia irreal mesmo que por vezes essa energia se repita.
Que soco, há baquetas pelo ar e um humor que irradia. Vive-se um rock’n’roll com alma. Pura.