CRÍTICA“Meifumado” – The Zany Dislexic Band

“A ridícula banda disléxica vive”.
Deixai fluir o som. Senti essa alma abstracta fluir. Deixai voar esse som sem grandes pressões, desorientado, sem eira nem beira. Deixai apenas fluir. Assim transparece The Zany Dislexic Band.
Longa prosa musicada, sem versos, só uivos, uma longa experiência sacada de uma baixo, guitarra, bateria e teclas em comunhão, estilo improviso, estilo bem jazzy, num ambiente instrumental de constante reconversão sonora.
Esta banda disléxica nasceu e vive. Este conjunto sonoro desperta-nos, quase nos adormece e nos desperta de novo; e lá regressamos ao ambiente criado, de um certo agitar da fronte de forma cadenciada para a frente e para trás. Nisto, o excesso de experimentalismo por vezes sentido, torna o som demasiado interior, interno, muito pouco exteriorizado. Para alguns, de modo geral inócuo.
Visto do outro lado, o que realmente mais espanta em The Zany Dislexic Band é a simplicidade, o mundo muito próprio que criam à sua volta e que depois, lentamente, nos enleia também, num mundo feito de experiências, de equilíbrio, de formas que se vão recriando, inventando, renascendo, tema após tema…
Excelente e sereno início…

“Meifumado” – The Zany Dislexic Band (2004/Meifumado)

01 Creepin’on’ya
02 At the Mud Gate
03 Get Bent
04 Mathmash
05 Hapiness
06 1st Blue
07 Machado
08 Get Bent Pt. 2
09 Shifty Undergrowth
10 Try This
11 Lost Stance Swing
12 Welcome to Anexia
13 Mud

Sítio: www.meifumado.org

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.