Tão estranho e tão brilhante, ou como perguntar: até onde podemos manipular o som?
Não há limites. Nuno Rebelo sempre foi um músico de experiências (e é), marcado pela vontade de criar, inovar, de improvisar, Mler ife Dada, Plopoplot Pot, Polyploc Orkeshtra e As Guitarras Portuguesas Mutantes podem ser exemplo disso mesmo.
“Azul Esmeralda” é um disco estranho, um disco brilhante, feito de peças que se vão encaixando e desancaixando numa correria sem fim. Faixa após faixa. Tempo após tempo. Tudo incrivelmente no sítio certo. No fim, tudo bate certo.
Criado em estúdio directamente para uma coreografia de Paulo Ribeiro (facto que ajuda a compreender a estrutura do disco), a gravação deste disco contou ainda com as participações de Greg Moore (trombone e tuba), Carlos Bica (contrabaixo) e Marco Franco (percussão). Paulo Ribeiro, Leonor Keil, Peter Michael Dietz, Rowan Thorpe and Jessica Levi colocaram algumas vozes. Musicalmente é um disco cheio, um disco fantástico, incrivelmente desconcertante, uma experiência sonora à qual não passamos incólumes. Uma experiência sonora, isso mesmo!
Como ignorar? depois de ouvir, impossível.
São bocados colados, fragmentos sonoros que compõem um cenário, às vezes sons, ruídos, gritos e vozes, instrumentos, às vezes música, sempre música, sempre esta arte feita por músicos de extraordinária qualidade.
De um experimentalismo levado ao rubro, “Azul Esmeralda” é um exemplo de até onde podemos ir (de futuro, aquele ali!) no encorpar de uma nova pop, de um novo rock, jazz ou clássico, enfim… de uma nova música. Diferente, pois os dias passam.
Obrigatório para quem gosta de emoções fortes…e sonoras.