Efectivamente, não há festa como esta…que manifestação cultural!
Numa sexta-feira já incrivelmente concorrida, com os espectáculos a ocorrerem como já é habitual um pouco por todo o recinto, espalhados pelos 8 palcos existentes na Quinta da Atalaia, deu já para sentir um cheirinho a novos sons…assim, vamos passeando, petiscando aqui qualquer coisa, ouvindo ali um som, visitando a interessante “Festa do Disco, há sempre algo para animar as massas.
Quanto ao som, há que fazer escolhas…
Lá fomos para o Palco Novos Valores, onde os repetentes Factos Reais já mandavam fogo. Fogo lento. Depois de alguma música ter já rolado nos pratos, lá apareceram os rapazes. Feita a chamada de atenção que os FR são cinco e não quatro, como ontem, ninguém explicou é porque razão estavam seis em cima do palco! (teve piada);
E foi acontecendo, lentamente, ao som do beat, os rapazes de Setúbal lá foram animando a malta com as suas rimas sem nunca chegar a extasiar…mas também não vi tudo, pois rumámos de seguida ao Palco Solidariedade.

21h30, na Área Internacional. No Palco Solidariedade, despido da luz de cor, o concerto da noite (para o maestro). Perdido entre árvores, bifanas e bancos de piquenique, o Palco Solidariedade foi o cenário estranho mas ideal para os The Act-Ups brilharem. Deram espectáculo. Com um início sereno, até estranho (cheguei a duvidar se seriam os The Act-Ups), a banda do Barreiro irromperia para um festival de pura energia rock’n’roll – com todas as idades a assistir. Houve moshada a doer….Nickie Necro e companhia estão de parabéns.

Depois, foi tempo de uma fugaz mas extraordinária visita ao principal Palco 25 de Abril. Inserido na magnífica apresentação da Opus 45, puderam-se ouvir as brilhantes “L’Affiche Rouge”, “Die Moorsoldaten” e “We’ll Meet Again”, canções de guerra belíssimamente interpretadas por Ana Brandão (voz), João Paulo Esteves da Silva (piano) e Carlos Bica (contrabaixo). Momento brilhante. Outro.

Não foi fácil ver Kussondulola e nem o fogo de artifício anterior ajudou.
Depois de Nancy Vieira ter tocado um pouco para lá do tempo estipulado, demorou, demoraram mesmo muito tempo a preparem o raio do palco; nisto, o ambiente estava caloroso mas absolutamente insuportável debaixo daquela tenda. Ao fim de quase uma hora lá apareceu Janelo e seus comparsas. Uma coisa é verdade, o ambiente estava incrível e saído da tenda, o espaço estava repletíssimo de almas sedentas de festa. Pena foi que as primeiras músicas, as que ouvi, não acompanhassem verdadeiramente o ambiente exterior (cá para o maestro). O facto é que isso também não interessa nada, pois para o público, terá sido sem dúvida o concerto da noite.
Confesso: 13 pessoas em cima do palco, mas francamente, não deu para sentir a vibração de Jah!

E foi assim…em poucas horas!

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.