Utter em “Empty Space”

Melancolicamente despertos…
O regresso dos Utter aos discos parece feito de algumas contradições;  saudáveis, por um lado. Não tanto em termos gerais, onde o quinteto formado por Gil (guitarra), Humberto (teclados), Zezen (bateria), André (baixo) e João (voz), se impõe de uma forma clara e inquestionável, mostrando-se dominadores de uma técnica e versatilidade assinaláveis. Mas mais na especificidade, estando até relacionado com a tal versatilidade. Se influências como as de Sigur Rós, Depeche Mode, Dead Can Dance, U2, Pink Floyd e Radiohead – todas elas assumidas pela banda, servem claramente para situar esteticamente os Utter, estas servem igualmente como estímulo a uma certa contradição, em parte subjacente ao conceito de utter, como o total, o completo, o absoluto, o extremo. São muitas as referências de “Empty Space”. Este é um disco eléctrico que também é acústico; é rock mas também é muito indie; tem também alguma electrónica; às vezes directo, noutras é um disco intensamente divagante; tem estruturas de um rock mais clássico mas tem também estruturas de um rock mais orquestral – uma palavra especial para o violoncelo de Valter Freitas; é também psicadélico. Com maior ou menor coerência, “Empty Space” será sempre uma prova de maturidade e de grande capacidade criativa. São muitos os momentos de grande beleza em “Empty Space”. Muitos.
É um disco para absorver, calmamente…

Ouvir Utter

Utter – “Empty Space” (Rastilho Records, 2011)

01 November 1st
02 The Same Thing
03 Into The Light
04 Old Guitar
05 The Walking Dead
06 Empty Space
07 Just One Day
08 You Draw A Line Between (Feat. Noiserv)
09 In The End
10 Tech Brain
11 So Beautiful
12 Two Times One
13 First Trip

| ROCK | INDIE |
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