Tenho pena. Tenho pena que a quarta novidade deste arranque fulgurante da nova editora Transporte de Animais Vivos, “Red Shoes”, me tenha chegado tão tarde às mãos. Tenho pena.
“Red Shoes” é a banda sonora de um espectáculo de dança e teatro com o mesmo nome, levado à cena em Famalicão, em Novembro de 2004 por Paulo Brandão, criador e encenador – com texto de Paulo Castro. A música, essa, foi criada por Luís Ribeiro, teclista, programador e saxofonista dos famalicenses sUBMARINe. Uma pequena obra de arte. Subtil.
Composta por quatro peças – criada durante os três meses de ensaios, ali mesmo, perto do palco; talvez assim se explique a forte orgânica que encerra – “Red Shoes” é um disco cativante – também; mesmo fisicamente desligado da peça que ajudou a dar vida, este transporta-nos facilmente para a frente do palco, deixando-nos perceber o quão importante terá sido no espectáculo representado por Joana Nossa.
É uma miscelânea de efeitos, sons, colagens seguidas e formas musicais diferentes, discretas, que vão nascendo, desenvolvendo-se, tornando-se suficientes para nos envolver, para sobreviverem isoladas. Do choque minimal/orquestral de “Red Shoes N1” ao minimal/electro levemente industrial de “Red Shoes N2” – com indígena percussão final; do canto sofrido e perdido e ascensão étnica de “Red Shoes N3” à poesia chapinhada, à partida declamada e cantada de “Red Shoes N4”, tudo sobrevive mergulhado numa densa carga imagética. E bem.
No fim, com mais pena fiquei; de não ter visto nada, apenas ouvido…
“Red Shoes” é a banda sonora de um espectáculo de dança e teatro com o mesmo nome, levado à cena em Famalicão, em Novembro de 2004 por Paulo Brandão, criador e encenador – com texto de Paulo Castro. A música, essa, foi criada por Luís Ribeiro, teclista, programador e saxofonista dos famalicenses sUBMARINe. Uma pequena obra de arte. Subtil.
Composta por quatro peças – criada durante os três meses de ensaios, ali mesmo, perto do palco; talvez assim se explique a forte orgânica que encerra – “Red Shoes” é um disco cativante – também; mesmo fisicamente desligado da peça que ajudou a dar vida, este transporta-nos facilmente para a frente do palco, deixando-nos perceber o quão importante terá sido no espectáculo representado por Joana Nossa.
É uma miscelânea de efeitos, sons, colagens seguidas e formas musicais diferentes, discretas, que vão nascendo, desenvolvendo-se, tornando-se suficientes para nos envolver, para sobreviverem isoladas. Do choque minimal/orquestral de “Red Shoes N1” ao minimal/electro levemente industrial de “Red Shoes N2” – com indígena percussão final; do canto sofrido e perdido e ascensão étnica de “Red Shoes N3” à poesia chapinhada, à partida declamada e cantada de “Red Shoes N4”, tudo sobrevive mergulhado numa densa carga imagética. E bem.
No fim, com mais pena fiquei; de não ter visto nada, apenas ouvido…
Ouvir alguns sons de “Red Shoes”.
“Red Shoes” – Luís Ribeiro (Transporte de Animais Vivos, 2006)
Electrónica/Experimental