É um bom ponto de partida; baseado em fórmulas sónicas já testadas, a banda da Vila de Caldas das Taipas sobrevive – e bem, ao impacto inicial, especialmente pela forma suficientemente eficiente como consegue fazer deslizar o seu som sobre a linha ténue que separa a harmonia da dissonância. Na melodia arrastada – das guitarras, a cheirar permanentemente a explosão, o grupo de Ricardo Costa (baixo), Lourenço Mendes (voz e guitarra), Patrício Ferreira (bateria) e João Duarte (guitarra), deixam no ar a ideia de um rock prestes a explodir, prestes a viver o inferno ou o caos, o paraíso ou o céu. Entre avanços e recuos, há electricidade à procura de espaço…
À viagem sónica que o grupo nortenho nos tenta introduzir, fica por vezes o sentimento de alguma falta de vigor; de nervo. Não será tanto o nervo instrumental, será mais o nervo que nasce da expressão, que nasce das palavras. Falta alguma energia na transmissão, uma energia que se sente bem em “Sugar Train” ou já no fim, na suja e interessante “April Sky”. Parece tudo uma questão de nervo; o nervo que geralmente se sente em palco.
À espera de novos desenvolvimentos!
Ouvir alguns sons de Smartini.
“Sugar Train” – Smartini (Edição de Autor, 2007)
Rock Alternativo
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