Gélido.
É quase paralisado que vos deixo estas curtas palavras sobre um dos grandes – mas mesmo grandes – discos de 2009. Sucessor do já de si estimulante “Renounce” (Major Label Industries, 2006), “Erosion” é uma obra absolutamente fantástica. Sente-se, tantas são as vezes que um recorrente arrepio nos percorre o corpo durante a audição do álbum. O que Hugo Santos (guitarra e voz), Nuno David (guitarras), Custódio Rato (baixo) e Gonçalo Correia (bateria) fizeram, foi deixar para a posteridade uma disco de uma enorme qualidade, onde quer a voz encrespada de Hugo Santos, quer toda a componente instrumental, nos absorvem totalmente; nos atemorizam. Incrivelmente atmosférico, “Erosion” é uma viagem sufocante por entre momentos de rígida tensão e outros de violenta distensão; surtos sonoros que se vão estendendo lentamente no tempo de uma forma mais ou menos violenta. Com crueza; intensidade; sombria emoção. A forma como o grupo encaixa curtos momentos de um certo post-rock naquela que é a sua base musical, o doom metal, é absolutamente genial. São cerca de 55 minutos em seis faixas de pura negritude.
OBRIGATÓRIO.

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capa de Erosion
“Erosion” – Process Of Guilt (Major Label Industries, 2009)

01 Dust (The Circle Part I)
02 Waves (The Circle Part II)
03 Corrosion (The Circle Part III)
04 Lava (The Circle Part IV)
05 Abandon (The Circle Part V)
06 The Circle (Erosion Part I)

género: doom
www.processofguilt.com
www.majorlabelindustries.com

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.

7 thoughts on ““Erosion” – Process Of Guilt”
  1. […] “Incrivelmente atmosférico, “Erosion” é uma viagem sufocante por entre momentos de rígida tensão e outros de violenta distensão; surtos sonoros que se vão estendendo lentamente no tempo de uma forma mais ou menos violenta. Com crueza; intensidade; sombria emoção.” (a trompa) […]

  2. Humm! Nesse campo eu continua a idolatrar os primeiros dois discos dos Anger! Se filtrar no sector doom, aí sim entro em acordo.

  3. Grande albúm, quanto a mim o mais conseguido de todos os tempos do metal nacional e bastante mais consistente que o anterior deles. Parabéns aos Process

  4. Bem interessante este novo disco dos Process Of Guilt. Parece-me que estão agora a um nível suficiente para ombrear com muitas das coisas que dentro deste género se fazem lá fora.

  5. esta deveras interessante, sim.. mas eu nao vejo isto como doom.. excessos de etiquetagens à parte, isto parece-me mais metal com contornos de progressivo, num sentido em que as musicas caminham normalmente num acumular de tensão, normalmente através de adicionamento de layers, com respirações de vez em quando, sempre com uma abordagem proxima do downtempo.. não comparo isto a cenas tipo sunn o))) que é muito mais mórbido, e lento, e normalmente seguindo a lógica do bordão, quase arrítmico.. mas talvez a algumas coisas de jarboe ou swans sim.. com uma abordagem mais proxima do metal, claro.. mas é mais ou menos por ai

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