“Lume de Chão” é uma espécie de elogio à diversidade do rock.
Nesta diversidade, o álbum de estreia dos eborenses Uaninauei chega a ser um disco estranho; não num sentido negativo. Há nele um mistério nunca desfeito. Em parte, um mistério nascido de uma curiosidade que se vai adensando, do princípio ao seu epílogo. Quem são verdadeiramente os Uaninauei? E para onde vão? A dúvida mantém-se, até ao fim, sem resposta.
Enquanto se mantém a dúvida, a sensação decorrente é de prazer. Um prazer que se mantém vinculado a um interessante equilíbrio entre o rock, às vezes até pop, e o metal, materializado este numa não rara e expressiva guturalidade. Lentamente ou em passo acelerado, a música dos Uaninauei é marcada por uma portugalidade clara, não só pelas palavras, sempre bem medidas, em português, mas também pelas várias influências que se vão fazendo sentir; de uns Ornatos Violeta a um qualquer grupo de cante alentejano – ouvir “Balada do Cavalo”.  São canções pujantes mas melódicas, servidas pelos riffs musculados das três guitarras dos Uaninauei.
É este, o estranho universo de Daniel Catarino (voz e guitarra), Alexandre Tavares (guitarra), João Pedro Palma (bateria), José António Lopes (guitarra) e Yoann Crochet (baixo). Estranho e interessante, “Lume de Chão” é também um disco vibrante.
E agora, para onde vão os Uaninauei?

Ouvir “Lume de Chão”

capa de Lume de Chão
“Lume de Chão” – Uaninauei (Edição de Autor, 2010)

01 Neve Carbónica
02 Cantiga de um Ladrão
03 Chamas em Mim
04 Balada do Cavalo
05 Betoneira (Vida do Mal)
06 Circos a Arder
07 Guilhotina
08 O Rei

| ROCK |
www.myspace.com/uaninauei

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.

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