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UMA A UMA|"É Dreda Ser Angolano" – Vários Artistas

Rui DinisRui Dinis
De Angola para Portugal, de Portugal para Angola; nos dois sentidos, ao mesmo tempo.
Já se sabia que “(…)tudo começou com o disco “Ngonguenhação” do Conjunto Ngonguenha. (…)Escutámos ele e começámos a ver Luanda, a abanar as ancas com os bitis, a mandar gargalhada com as historinhas e, de vez em quando, levando aquele murro no estômago. (…)Logo no momento sentimos que era dos melhores discos que já tínhamos ouvido e que, mais do que boa música, era um documento que retratava Angola. E Angola precisa de ser retratada e mostrada ao mundo, né?” (1); já o tinha dito há dias.
Com alguns altos e baixos – mais altos que baixos, “É Dreda Ser Angolano” é bem a representação do pulsar da juventude angolana; das suas ansiedades, dos seus problemas, da sua revolta, das suas esperanças. É esse o espírito dreda que emana desta compilação; porque é dreda ser angolano e o Conjunto Ngonguenha sabe-lo bem – são eles os pontas-de-lança desta ofensiva. Cá, deste lado, por entre propostas reggae, rap, soul ou kuduro, a preferência foi para os sons de MCK, Conductor, Ikonoklasta e claro, Phay Grand.
A Rádio Fazuma humildemente apresenta:

Alinhamento:
01 Conductor – Kandongueiro; um início de Conductor com aquela sua vibe…instrumental, inventiva;
02 Keita Mayanda com MCK – Jimona Dya Ixi; aquela imagem de Angola, aquele desespero, aquela esperança;
03 Phay Grand – Pão Burro; grande, grande malha. Duro e directo, sem rodeios; “povo burro“, diz-se, num espírito de enorme autocrítica.
04 Conjunto Ngonguenha – É Dreda Ser Angolano; porque é mesmo dreda ser angolano, mas porque essencialmente há esperança – tem de haver; o regresso da ngonguenhação ao activo. Grande som;
05 MCK – Atrás do Prejuízo; “Eu vou sorrir para não chorar, é mais um dia da minha vida, vou cantar para não pensar, as malambas desta vida”; excelente;
06 Cocas O FSM – Angolywood; por entre a batucada, naquele jeito soul tão próprio de Cocas O FSM.
07 Leonardo Wawuti – Quem Te Mandou; ainda a ngonguenhar, em visita ao interior de Angola – mesmo ao interior.
08 Keita Mayanda – Musica Pro Sol Que Nasce; haja música, haja música, muita música.
09 Conductor – Nós e Vocês; sobre o fritado do vinil, vão correndo o beat e a saudade…entretanto, para algo completamente diferente, Conductor conduz-nos por outras estradas igualmente vibrantes; e outras e mais outras, até ao fim. Sempre diferentes, mais ou menos…boa malha.
10 Ikonoklasta – A Nossa Costelinha Nómada; excelente produção – jazzy – numa letra com algum humor…acutilante; a imigração é o tema…bom.
11 Das Primeiro – Liberdade; a rappar pela liberdade, pelo hip-hop;
12 MCK – O Silêncio Também Fala; mais um grito de revolta, mais uma voz que se levanta; MCKapa na rede…
13 Ikonoklasta – Patentes Que Falam; em mais uma excelente produção, de sonoridade retro, Ikonoklasta espeta-lhe de novo com a sua proverbial poesia. Excelente.
14 Os Turbantes – De Faia; grande electro-kuduro dos Turbantes, sempre a rappar…pena o instrumental estar tão pouco audível.

Bem bom…

som Ouvir alguns sons de “É Dreda Ser Angolano”.

video Ver o trailer de “É Dreda Ser Angolano”

Capa de É Dreda Ser Angolano
“É Dreda Ser Angolano” – Vários Artistas (Rádio Fazuma, 2007)

tipo Hip-Hop
sítio www.radiofazuma.com
sítio www.myspace.com/uhufazmissofilmes

Rui Dinis
Author

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.