É curador da netlabel Enough Records, experimentalista audiovisual sobre o pseudónimo ps e ocasionalmente larga uns berros catárticos e certas torrentes sonoras avassaladoras contra os portuenses Sektor 304. Figura activa no colectivo Beats Play free, na promoção do netaudio em Portugal, congemina para breve a criação de um hacklab em Coimbra aberto à experimentação digital e não só. Filipe Cruz é o convidado de hoje das ‘curtas’:

Filipe Cruz |30 anos | Porto
Música: ps;
Edição: Fundador da netlabel Enough Records;

01. Um músico de referência:
Português? Não tenho. Considero-os todos ou demasiado fechados no pop ou demasiado focados no seu som nicho para me convencer como referência de algo imperativo a conhecer a discografia completa e seguir os passos. Há muita coisa interessante por aí, mas nada que me sirva de realmente referência referência.

02. Um grupo ou projecto de eleição:
Josué o Salvador. Até nem sou muito fã de metal, mas ouvi um concerto destes senhores ao vivo que me deixou fã para o resto da vida.

03. Um disco fundamental:
M-Pex – “Phado”.

04. Uma canção ou tema inesquecível:
Só uma? impossível escolher portanto voto no produto de casa: Ikimashoo Aoi – “We Love You A Thousand”.

05. O disco que ultimamente mais o surpreendeu:
Nagra – “Behold… The Sirens!”.

06. O último disco que comprou: Quando?
In[Perfektion] – “Vultures Among Us”; na semana passada, 5 aéreos bem investidos.

07. O disco de 2009 que mais gostou:
Não sei bem. o meu perfil do last.fm diz-me que deve ter sido o Dyman – “Planner”.

08 O disco que mais o desiludiu:
peixe:avião, eles que me desculpem, e a música até é boa e bem produzida, mas aquilo continua a soar a clone de Radiohead e eu queria era ouvir projectos portugueses interessantes, não clones do que se faz lá fora. Fui induzido em erro com fãs a dizer-me que eles estavam a fazer coisas diferentes. E é diferente…para Portugal. Para mim é mais um clone sem sal a tentar vender uns discos. Quem gosta do som que ouça, não tenho nada contra. Mas a mim o hype à volta deles desiludiu-me na audição.

09. A última boa descoberta:
Tactical System. Ainda está muito verde / a soar a clone. Mas dá-lhe mais um par de edições que há-de chegar ao ponto. É bom ver novos projectos de electro-industrial em Portugal a mexer-se e querer fazer coisas.

10. O último concerto que assistiu ao vivo? Quando?
Se não contarmos com os skizos num festival ali em Gaia/Francelos no fim de semana passado – que só ouvi de relance um par de temas, e até não estava mau mas era pop demais para o meu gosto.
Todas as bandas do Festival Electrocution:Ressurection à coisa de duas semanas na Pampilhosa da Serra. Grande festival para quem gosta de electro-industrial Português e a zona em si é uma maravilha para se visitar, praia fluvial do Zêzere tem valor.

11. O artista ou banda mais importante para a história da música moderna em Portugal?
Estou indeciso entre José Cid e Tony Carreira. Acho que o Cid ganha no meu livro por ter tocado com a FRICS’alhada. Se bem que a Ana Malhoa também está a escrever fundo na nossa cultura musical, quase chegando ao nível do Avô Cantigas ou de umas Doce. Indubitavelmente estes são os nomes que ficarão como marcos para a posteridade, para quê nos enganarmos que o resto conta?

12. Um disco que se aconselha; livre e gratuito:
Só um? Então voto numa edição mais recente da casa: Aktivehate – Washed in Blood.

ouvir sítio sítio

foto de Filipe Cruz

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.