Formados por Nelson Silva (sintetizadores e teclados), Pedro Rodrigues (baixo e voz) e Samuel Gonçalves (guitarra, sintetizadores e drum machine), os portuenses Holy Nothing preenchen hoje a secção de ‘curtas’ d’a trompa:
Como nasceu o projecto Holy Nothing?
Estávamos todos em países diferentes e começámos a fazer e a trocar coisas à distância. Claro que eram ideias soltas, muito ligadas ao mundo digital e produzidas em casa. No final de 2012 acabámos por nos juntar no Porto e levámos todas essas ideias para uma sala de ensaio. Foi nesse momento que percebemos que estávamos a formar uma banda.
O que vos move?
Acima de tudo uma vontade gigante de continuar a experimentar coisas ligadas ao som e imagem. Estamos constantemente a pisar terreno novo para nós, a mexer em máquinas que não conhecemos e a compor de forma completamente livre – isso basta-nos.
Uma frase que caracterize a música de Holy Nothing?
Eletrónica entre o exótico e o caótico.
Porquê o título de “Boundaries” para o vosso EP de estreia?
Assumimos este EP como o primeiro registo em que definimos quais os limites da sonoridade que queremos explorar, ou seja, qual o espetro em que nos queremos mover. Quando tens a sala de ensaio cheia de “tralha”, desde computadores carregados de bancos de sons até sintetizadores com trinta anos, tens vontade de usar tudo, e estabelecer limites torna-se uma tarefa árdua mas necessária.
Numa frase apenas, como caracterizam este EP?
É o resultado genuíno dum trabalho cozinhado em casa e com tempo para experimentar à vontade.
Gostariam de destacar a faixa que melhor define a identidade dos Holy Nothing? Qual e porquê?
Nada a destacar! Gostamos de acreditar que o EP funciona como um todo, e que as quatro canções são importantes na construção dessa identidade
Apontem uma boa razão para comprar o vosso novo disco?
Para não estarmos sempre a falar de música, este EP é um objeto invulgarmente bonito, com um trabalho gráfico incrível do Bruno Albuquerque. E no interior tem uma bela surpresa… É uma espécie de gadget de mesinha de cabeceira.
O que podem esperar as pessoas que forem ver Holy Nothing ao vivo?
Para além da vertente musical, os nossos concertos incluem uma narrativa visual, composta por vídeos e ilustrações originais, também da autoria do Bruno Albuquerque, que são projetados de forma sincronizada com o som. Enquanto isso, nós os três estamos perdidos entre instrumentos e maquinaria como computadores e caixas de ritmos. Ao vivo é onde este projeto se expõe da forma mais completa.
Proponham um disco da música portuguesa que vos agrade especialmente?
Adoramos o disco “Free Pop” dos Pop Dell’Arte. Ainda que possa não ser uma referência direta para nós, é uma lição, quase um manifesto, que nos demonstra que a pop pode ser ao mesmo tempo experimental. Os cânones da composição pop são aqui descaradamente ignorados.
Como vai ser o Verão de Holy Nothing?
Será dividido de forma justa entre praia, concertos e tardes passadas na sala de ensaio a explorar coisas que, eventualmente, possam vir a transformar-se em músicas novas. [OUVIR]