O disco chama-se “Chi-Coração” (Ed. Autor) e é o registo de estreia da cantora, multi-instrumentista, compositora e letrista açoriana Bia. Eis “Chi-Coração”, nas palavras da própria Beatriz Noronha, ou apenas Bia:

O Monopólio é o meu primeiro single com letra da Maria Ceia e Música de Rui Filipe. O doce sabor da batota vs o amargo sabor da decepção, que se joga no tabuleiro da vida, onde o risco é real e essencial.

Ora Vira é uma canção bem divertida sobre estados de espírito e vontade de mudança… (ou a falta dela) Letra de Maria Ceia e Música de Rui Filipe, um balanço reggae-tuga…

Sou de uma Ilha é uma canção de identidade que além de definir o álbum no seu todo, revelando todas as minhas referências que serviram de base a este disco, mas também a minha própria identidade enquanto artista. Letra minha e música de Rui Filipe, Sou de uma Ilha é uma das canções originais do Chi-Coração.

Indecisa Decisão, uma canção original do Rui, com letra em co-autoria comigo, leva-nos a pensar nas decisões que tomamos e na consciência que temos das mesmas. No fundo, a razão versus coração…

Meio a Meio é uma canção que também fala do facto de nunca sermos uma coisa só… sou isto meio aquilo… Com uma batida que revisita as nossas influências africanas é uma canção para nos divertirmos e dançarmos, revelando que todos temos de ter ou ser o fogo de alguém…

Talento Nato, original do Rui Filipe, é uma canção que fala do estado das coisas. E da ladaínha do querer fazer e não fazer nada. Uma qualidade inata da nossa cultura… Um hip-hop à la tuga, meio interventivo.

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Josézito é uma canção tradicional que me cantavam quando era pequenina. Fizémos um arranjo muito divertido, com um balanço que nos leva a um passinho de dança. Conotada como uma canção infantil, Jozésito é, na verdade, um tema sobre o desengano.

Carta de Despedida, como o próprio nome indica, é uma canção de amor, mas de um amor que se rasgou, que se rompeu, acabou… e que nesse percurso doeu muito… Um amigo, um namorado… sem saber mais o que fazer, para que passe a dor, se escreve uma carta de despedida.

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Já te disse Hoje? É simplesmente uma canção de uma mulher verdadeiramente apaixonada que não vê sentido na vida além desse grande amor que teve a sorte de viver e sentir… Onde a paixão e o amor se unem em perfeita comunhão divina.

Terelão-tão-tão, com letra da Maria Ceia e música de Rui Filipe, com participação especial da Arquitectuna, é uma canção boémia e divertida… com um copo de vinho branco ou tinto, “é só vinho para a malta beber um bocadinho…é que somos todos compadres nesta pátria lusitana…”

Uma Canção Comercial, original do Pedro Osório, 3ºlugar do Festival RTP da Canção de 1979, fala do “drama” de querer escrever-se a Canção Perfeita, que apenas dure 3 minutos… Uma sátira às convenções de autoria de canções, escrita com uma mestria genial própria deste grande Maestro, na qual me identifiquei assim que a ouvi. Figura neste disco também como homenagem a este grande compositor.

Lamento é uma canção do meu universo açoriano. Cresci a ouvi-la cantada pela Vera Quintanilha. Encomendada pelo Zeca Medeiros nos anos 80 ao João Miguel Sousa e ao Fernando Reis Júnior (a.k.a. REX, já falecido), é uma canção que fala da inevitabilidade da vida. “Só se vive uma vez, tem-se pena…” [OUVIR]

https://www.youtube.com/watch?v=FlvCipHxR6k

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.