Em vinil, cor de marfim; foi assim que Ju-Undo – também Joana da Conceição – e Símio Superior – também André Abel, munidos da sua parafernália electrónica e várias guitarras, pensaram o seu último e superior disco. No seu alinhamento constam apenas três temas: “Tronco Nu” está no lado a, “Zona do Bicho” e “Poço da Morte” estão no lado b. Apenas três.
Sobre o seu interior, o âmago, esqueçamos qualquer ideia de conformismo ou seguidismo cego; a Tropa Macaca está de regresso e ao seu melhor nível. “Marfim” é absolutamente revelador dessa realidade; minimal, num movimento elíptico, positiva e negativamente ascensorial, “Marfim” é um registo maquinal, por brevíssimos momentos cortado por ventos em contramão. Poucas vezes o calcorrear da agulha pelo filamento do vinil pareceu tão forte, vinculado, algo de quase embrionário numa vontade noise que trespassa todo o disco. Denso. Intenso.
Deixem passar mais uma acutilante experiência do experimentalismo nacional.

som Ouvir uma amostra de “Marfim”.

capas de Marfim
“Marfim” – Tropa Macaca (Ruby Red, 2007)

tipo Experimental
sítio tropamacaca.tripod.com
sítio www.freewebs.com/rubyredlabel

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.

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