O regresso a um dos projectos mais estimulantes da cena alternativa lusitana actual…os leirienses The Allstar Project.

Físico (força, energia e resistência)
36:29 de crua insistência; os cenários são fortes, quase sempre de cores escuras e ferrugentas, poderosos, certos dos rituais que os preenchem, dos seus ritmos; “Something to do with Death” é um conceito levado com rigor do princípio ao fim. Para lá do conceito, sente-se perto a pulsação do disco e os samples que ajudam na construção de alguma dessa pulsação, dessa paisagem, dessa tristeza urbana; ouça-se “5 Seconds Before”. Visões.

Emocional (energia interior e peso emocional)
36:29 de pura intensidade; chega a ser arrepiante como sensorialmente esta música nos estimula, desperta; um arrepio prolongado, tal o tempo pelo qual a música se espreguiça sem pressa; e pelo espaço…são temas longos, 6, 9, 9 e 11 minutos sempre arrendondados, de intensa descarga sonora, emocional…”The Third Man” é belo. Sensações.

Intelectual (simbolismo e criatividade)
36:29 de contida fúria; ou o prazer da redescoberta do instrumental – não da invenção, da redescoberta. O prazer da redescoberta do som enquanto força única e propagadora de sentimentos, guia de traços, de cobrador de corações. “Something to do with Death” vive de alguma recriação do melhor rock alternativo, instrumental e experimental que se tem feito do lado de lá, do lado de cá – também. Emoções.

Ouvir alguns sons de “Something to Do with Death”.


“Something to Do with Death” – The Allstar Project (2006/Edição de Autor)

Rock Alternativo
www.theallstarproject.com
info@theallstarproject.com

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.