O álbum de estreia dos Flirt, “Arquétipos da Alma”, é o tema de conversa do mais recente ‘chapa 7’. Ricardo Oliveira, vocalista da banda, foi o porta-voz.

1. Numa frase apenas – ou duas – como caracterizam conceptualmente o álbum “Arquétipos da Alma”?
Um conjunto de experiências que ganharam forma, uma ideia que se transformou num sonho e depois se materializou em algo que se vê e que se ouve.

2. “Arquétipos da Alma” é vosso álbum de estreia. Como correram as gravações? Que peso teve a presença de Paulo Abelho e João Eleutério?
As gravações foram uma experiência extremamente enriquecedora. Para além do maior conhecimento que adquirimos relativamente ao processo propriamente dito, foi engraçado ver os nossos temas a crescer mesmo quando, de início, já os considerávamos “fechados”. Temos sido muito exigentes connosco próprios e desde o início, quando decidimos avançar para a gravação do álbum tomámos a decisão de apostar alto e para ganhar. Para esse objectivo o contributo quer do João Eleutério (que nos acompanhou sempre de forma incansável), quer do Paulo Abelho com a sua vasta experiência (a quem carinhosamente denominamos de “professor”) foi essencial. Acho que os momentos que passámos em estúdio foram para nós tão surpreendentes e reveladores como os que acontecem com as crianças quando abrem os presentes na noite de Natal. Tudo aconteceu num misto de deslumbramento e adrenalina constantes. E as lições que no final tirámos da experiência fazem-nos acreditar naquilo que agora dizemos quando começamos a compor os novos temas: “o nosso 2º álbum ainda vai ser melhor!!!”

3. Este foi um disco feito a pensar no público que vos ouve? Que expectativas têm em relação à sua aceitação?
Nós ainda não temos um público definido, ou pelo menos não temos noção disso. O nosso trajecto é um pouco diferente do habitual, pois antes de rodarmos o repertório com concertos, avançámos logo para a gravação do álbum após considerarmos os temas concluídos. Por isso as expectativas são enormes nesta fase: estamos a “sair do armário” e agora sim, a dar a conhecer os FLIRT ao Mundo… todas as reacções são por isso muito desejadas. Não gravámos o disco na busca do reconhecimento dos outros, mas é óbvio que não somos hipócritas e o desejamos… mas estamos ainda a esperar para ver, e optimistas em relação a essa matéria, por todo o feedback que temos colhido de quem já ouviu o nosso som.

4. Que sensações esperam que as pessoas retirem da audição do novo disco?
Acho que o máximo que podemos esperar é conseguirmos provocar algum tipo de reacção nas pessoas. Acreditamos que o nosso som tem adeptos e que se calhar essas pessoas não encontram por aí tantas bandas portuguesas quanto isso, a cantar na sua língua, de forma descomplexada. E temos um som rock, sem preconceitos. Para além da afinidade musical que poderá existir, esperamos ainda que as pessoas se reconheçam nas histórias que contamos. Acho que as pessoas se ligam cada vez mais aos
registos honestos e frontais do que aqueles que apregoam banalidades que ficam bem nas rádios e nos tops… e o nosso registo é intimista, as histórias que contamos são as nossas histórias, as experiências que numa dada altura das nossas vidas tiveram algum significado e estou convencido que isso também pode tocar em alguém.

5. Se tivessem que escolher a faixa que melhor encarna o espírito do novo disco, qual escolheriam? Porquê, mais sucintamente?
Essa é difícil… e se calhar cada um de nós poderia escolher uma diferente… mas arrisco a “Estratosfera”, que fala de deslumbramento, de paixões assolapadas e de espíritos adolescentes. Acho que todos esses adjectivos dizem bem com o nosso estado de alma actualmente, em torno do nosso projecto.

6. O que podem esperar as pessoas que vos forem ver ao vivo?
Podem esperar ver 4 pessoas a divertir-se imenso, a viver essa experiência intensamente como algo que se concretiza depois de se desejar muito. Tocarmos ao vivo e chegarmos até às pessoas não é o fim da viagem: acho que a vamos encarar com a excitação do inicio. Temos a humildade de saber o quanto temos ainda de crescer mas a pretensão de ir muito longe. Para além destas coisas, que esperamos conseguir transmitir, não podemos esquecer a parte da diversão que está associada ao estilo de música que fazemos. Somos uma banda rock e isso também significa muitos decibéis, distorção, solos de guitarra e uns quantos berros… não esperem uma coisa calma…

7. Como vai ser o futuro próximo dos Flirt?
Vai ser brilhante!!! A fonte de onde brotaram estes temas continua a jorrar e o resultado a fazer-nos sorrir. O futuro não está mais dependente da aceitação dos outros do que de nós, se continuarmos a deixar-nos guiar pelos nossos sonhos com a mesma determinação que temos tido até aqui!

som Flirt

capa de Arquétipos da Alma
“Arquétipos da Alma” – Flirt (Independent Records, 2008)

tipo Rock
sítio www.flirt.pt

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.