1. Numa frase apenas – ou duas – como caracterizas conceptualmente o álbum “O Maquinista”?
Um percurso voyeurístico por caminhos de luz e por becos feitos de sombras onde personagens se fundem num ambiente onírico.
2. “O Maquinista” é o primeiro álbum deste projecto; como surgiu a ideia de toda a componente visual que o envolve?
Perante a ideia de editar o álbum e olhando para o cenário actual de total desmaterialização dos CDs enquanto objecto, surgiu-nos o desafio de criar uma peça que valesse a pena as pessoas possuírem e com “toques artesanais”, daí ter convidado uma fotografa, um ilustrador e um designer para criar obras originais a partir dos textos. Como resultado temos 4 séries de 250 exemplares em que cada série tem 1 foto da Lois Grays, uma ilustração do Pedro Gundar e um poster do 0.7d.
3. Este foi um disco feito a pensar no público que gosta de te ouvir? Que expectativas tens em relação à sua aceitação?
Este foi um disco que foi criado a partir do prazer de escrever e compor a banda sonora, o resto acho que é mais uma consequência. Espero que as pessoas se sintam sintonizadas com o que vão ouvir, quer pelos textos, pelos ambientes, pela música, afinal isso é o que é mais relevante, criar proximidade. (E que me ajude financeiramente a pagar o próximo ;-) )
4. Que sensações esperas que as pessoas retirem da audição do novo disco?
É sempre um assunto difícil de abordar, mas sei o que prezo numa audição, aquela sensação de identificação, o ouvir repetidas vezes até fazer parte do que somos. Sobretudo é um disco para se ouvir com alguma atenção para que se possa desfrutar os momentos de intensidade e de calma, as histórias, os personagens, os instantes, as polaroids.
5. Se tivesses que escolher a faixa que melhor encarna o espírito deste disco, qual escolherias? Porquê, mais sucintamente?
Trilogia de Lisboa: I da nostalgia . Por ter sido a semente de tudo isto.
6. Estás a pensar levar este projecto para os palcos? O que podem esperar as pessoas que te forem ver ao vivo?
Estou neste momento a montar o espectáculo em que vou ter a colaboração do realizador de vídeo João Pedro Moreira e o ilustrador Pedro Gundar. Além das suas áreas de expressão também são músicos, o que nos permite grande versatilidade. Vai ser um espectáculo total para os sentidos que conhecemos e também para os que desconhecemos (mas que desconfiamos que existem).
7. Como vai ser o futuro próximo de O Maquinista?
Acções de promoção do álbum, preparação do espectáculo, actuações ao vivo e rodagem de um videoclip, que já está em fase de produção.
“O Maquinista” – O Maquinista (Periscópio 001, 2009)
Spoken Word/Alternativa