A TROMPA

Disco da Semana


artigos recentes


LIGAÇÕES QUENTES


Arquivo


CHAPA 7|”The Act-Ups play the old psychedelic sounds of today” – The Act-Ups

Rui DinisRui Dinis
Com disco novo nas prateleiras, os The Act-Ups responderam à nossa curiosidade; ao nosso ‘chapa 7’:

1. Numa frase apenas – ou duas – como caracterizam conceptualmente o álbum “The Act-Ups play the old psychedelic sounds of today”?
Vai em duas frases – esta, mais comedida, e a próxima, mais Saramaguense.
É um disco de 4 estações, repetidas três vezes, o que perfaz doze temas, mais uma nova estação por nós inventada, que representa um vazio (os olhos tristes) que poderá ser preenchido por alegria, esperança e vontade de gritar ao mundo “Estou vivo” – estação esta que, embora tenha sido criada por nós ainda não tem nome nem lugar nos desfiles de Milão – o que me leva a pensar que talvez não haja nenhum conceito por trás do disco a não ser a junção de boas canções e que talvez eu tenha escrito isto tudo apenas para disfarçar esse facto.

2. “The Act-Ups play the old psychedelic sounds of today” é um disco de ‘viragem’ ou um disco de ‘continuidade’, em relação ao vosso anterior registo? Que principais diferenças encontram?
Penso que é um disco de continuidade. Continuamos a fazer canções que gostamos, não fizemos esforço algum especial para mudar fosse o que fosse, apenas tivemos hipótese de o gravar em melhores condições – essa é a principal diferença. Essa e o facto deste ser melhor que anterior e pior que o próximo, que já começa a ser escrito. Se algum dia fizermos um disco de viragem será à esquerda, onde sentimos haver menos opções.

3. Este foi um disco feito a pensar no público que vos ouve? Que expectativas têm em relação à sua aceitação?
Consideramos sempre mais o público que nos ouve – pessoas que, obviamente, necessitam de ajuda urgente. O público que não nos ouve nunca é considerado. Nunca temos grandes expectativas em relação à aceitação do disco, pelo menos num plano racional e objectivo. Dá-nos sempre gozo que alguém nos diga “Eh pá! Até que gostei assim mais ou menos do vosso disco”, mas damos mais valor à nossa apreciação do mesmo. Primariamente tentamo-nos satisfazer. Somos guitarristas, bateristas e vocalistas onanistas (desculpa, tinha que dizer isto).

4. Que sensações esperam que as pessoas retirem da audição do novo disco?
Fome, inicialmente, culminando com saciedade. Que tenham fome de o ouvir muitas vezes até ficarem fartos de música. Pelo caminho espero que percorram as nossas 5 estações num turbilhão de emoções.
Basicamente, espero que se divirtam, que é para isso que o ser humano cá anda. Se ainda arranjarem tempo para alguma admiração pela excelsa qualidade das canções, tanto melhor.

5. Se tivessem que escolher a faixa que melhor encarna o espírito do novo disco, qual escolheriam? Porquê, mais sucintamente?
Hom’essa! Não consigo escolher. Aquilo são como filhos que devem crescer até terem maturidade suficiente para alimentar os pais. Não posso escolher um assim já à partida. No entanto, se tiver mesmo que ser, e baseando-me no critério do filho que mais possa ajudar os pais escolho o “Alive again” até porque foi a primeira a ser feita (o filho mais velho) ou então o “Fatimah”, que é a miúda mais inteligente…

6. O que podem esperar as pessoas que vos forem ver ao vivo?
Nem eu sei, nem eles poderão saber. O mais provável é regressarem a casa completamente diferentes. Up is down, left is right, coisas assim. Mas para isso têm que estar dispostos a abandonar a carapaça defensiva e entregarem-se a nós (preferencialmente as miúdas). Já aconteceu – história verídica – alguém sair para ir ver os Act-ups e acordar numa cidade a 350 kms de distância sem saber porquê. Mas acho que teve a ver com qualquer coisa que essa pessoa comeu…

7. Como vai ser o futuro próximo dos The Act-Ups?
Pleno de saúde, dinheiro e felicidade, espero. Temos planos para dominar o mundo, anexando pequenos países, lentamente, para que possamos, num futuro próximo, fazer os hinos desses países e ter mais hipóteses de concorrer ao festival da Eurovisão. Podem acompanhar todos os nossos planos através do nosso blog no myspace do agrupamento em www. myspace. com/actups. Tudo o que lá está escrito é verdade, excepto as questões relacionadas com o álbum duplo, o ódio ao Phil Collins e as mudanças de sexo. Ah, e vamos gravar, em breve mais um disco. Só não sei quando e onde, mas as canções já existem, ou pelo menos existe a vontade de existirem. Ok, esquece. No futuro próximo vamos limitar-nos a tocar muito ao vivo. Apareçam, pá!

som The Act-Ups.

capa de The Act-Ups play the old psychedelic sounds of today
“The Act-Ups play the old psychedelic sounds of today” – The Act-Ups (Hey, Pachuco!, 2008)

tipo Garage/Rock
sítio www.heypachuco.com
sítio www.myspace.com/heypachucorecords

Rui Dinis
Author

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.