chavascal

Editado no fim de 2014, “Chavascal” (Kimahera, 2014) está aí para as curvas. Ao volante, está o trio  RealPunch, Kristóman e Gijoe. São os Tribruto em directo para a trompa:

Como e quando nasceram os Tribruto?
RealPunch: Os Tribruto nasceram ao vivo, em meados de 2010. Somos um grupo que foi criado no palco e para o palco, onde o gosto de fazer música de três jovens se mistura e dá origem ao espírito alegre e festivo muito característico dos Tribruto.
Kristóman: Eu costumo dizer que os Tribruto nasceram numa viagem a Sintra, um concerto que eu tive como Kristóman a solo para o H2tuga, foi nesse concerto que vimos que a junção dos 3 ao vivo era perfeita e podia resultar num grupo.
Gijoe: Do palco para o estúdio e de volta para o palco.

A Kimahera tem sido nos últimos anos uma importante referência na edição e divulgação do hip-hop algarvio; como aparecem também os Tribruto nessa equação? E que importância tem tido a etiqueta?
RP: Basicamente, foi a Kimahera que nos juntou aos 3 em algumas atuações, onde éramos convidados, individualmente, mas onde nos acabávamos por juntar. A Kimahera é a família, é aquele sítio que nos apoia sempre que possível, que nos dá todo o suporte logístico e que nos faz sempre chegar mais longe. Contribuir para a notoriedade e credibilidade da Kimahera é uma honra e é algo que iremos sempre fazer. Pelo menos até o Reflect começar a fazer punchlines a sério!!!
G: Kimahera mais forte que nunca!
K: Sim, basicamente é isso, não há muito a dizer sobre a melhor editora independente em Portugal.

O grupo estreou-se em 2010 com o álbum “Algazarra”, sendo que em 2014 lançaram o novo “Chavascal”. Na prática, pelo menos olhando aos títulos, é exactamente a mesma coisa; ou nem por isso?
RP: Podemos dizer que as experiências e técnicas são diferentes, mas o espírito é mesmo. Foi algo que já tinhamos pensado, seguir a mesma lógica para continuar a mostrar a nossa essência, as Punchlines. Algazarra e Chavascal são palavras que sugerem a nossa dimensão: o barulho, a confusão, o “Chavascal” que estamos sempre a causar.
K: Em nome é quase a mesma coisa, mas em prática acho que o “Algazarra” é a base do “Chavascal”, corrigimos neste último álbum aquilo que sentimos que falhou no primeiro, e em 4 anos de diferenças dá para se aprender bastante.
G: O Algazarra cresceu e fez-se um Moço Marafado capaz de criar um Chavascal!

Em duas ou três pinceladas, como caracterizam o novo “Chavascal”?
RP: Chavascal é um álbum bastante completo. Desde a sonoridade, totalmente inovadora, às punchlines complexas e à variedade de flows, Chavascal é uma lufada de ar fresco no panorama musical nacional, capaz de fazer frente a qualquer uma das escolhas dos top 10 de álbuns do ano passado (risos).
K: Chavascal são 3 cabeças de alho, cebola picada e a placa eléctrica a nível 6, o refogado perfeito, deixar apurar.
G: Servido com o um sumo detox – verde.

O novo disco está cheio de convidados de peso do hip-hop nacional. Como foram surgindo? como foi a interacção?
RP: Estas participações surgiram naturalmente, durante o processo de gravação do álbum. Basicamente nós fomos fechando algumas das faixas e notámos que ali encaixava bem cada convidado. Nós convidámos aquelas pessoas que fomos encontrando na estrada, onde ficou sempre em aberto a hipótese de fazer algo. Só o Reflect é que pagou, e bem, para entrar no nosso álbum! lol
K: Exacto, as participações foram surgindo dessa forma e foi também na maior parte delas um sonho realizado, partilhar aquelas músicas com aqueles que crescemos a ouvir.

O que podem esperar as pessoas que forem ver os Tribruto ao vivo?
K: Bem, podes esperar de tudo, mas acima de tudo profissionalismo e atitude em cima do palco, interacção e dinâmica, na minha opinião Tribruto é dos grupos mais completos em cima de uma estrutura com colunas.
RP: Tudo. Mosh pit, cotoveladas, risadas, tudo. O melhor até é mesmo dizer: uma actuação de Tribruto muda a tua perspectiva de vida, totalmente.
G: Na maioria dos casos podem ver gordos. E cuecas no ar. Mas não as nossas!

E como vai ser o resto de 2015 para os Tribruto?
RP: Vamos continuar a promover o Chavascal. Mais videoclips, mais comunicação funny, mais concertos. Uma coisa é certa, não iremos parar tão cedo!
K: Vamos tentar estar o mais activos possível com este novo álbum. Desde lançar músicas soltas do grupo, fazer coisas bonitas, mas acima de tudo surpreender o público ao vivo como temos vindo a fazer.
G: Vamos ter o álbum do ano! Porque há blogs que fecharam as contas no fim de Novembro de 2014, por isso ai de algum deles que não nos ponha na lista de 2015. Ai de algum… [OUVIR]

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.