Vamos devagar; devagar porque há prazeres que devem ser saboreados lentamente, de forma a prolongar o prazer – eternamente. “Mudar de Bina” é um arrojado e bem sucedido disco a solo. Sim, acústico e a solo. E aqui, numa espécie de ponto final antes de tempo, talvez se deva referir que fazer música como Norberto Lobo faz e fez neste “Mudar de Bina”, não é uma tarefa simples; porque exige sensibilidade, porque exige técnica.
Não são todos nem todos os dias, aqueles que se lançam num dedilhar de tamanha expressividade. É apenas uma guitarra, mas uma guitarra explorada ao limite da emoção, com paixão, criatividade e disciplina. Disco instrumental com 10 temas, “Mudar de Bina” é ao mesmo tempo um disco de uma simplicidade arrebatadora, tal o rumo para onde nos transporta a imaginação. A intensidade de uma certa solidão, de um diálogo interior, íntimo, leva Norberto Lobo por uma longa viagem; uma viagem que se inicia na forte influência de Carlos Paredes e termina no outro lado, no folk americano. No fim, o músico lisboeta tem em “Mudar de Bina” um disco de que se pode orgulhar, tal a beleza, crueza e intensidade dramática que dele emana a cada passo.
Na verdade, não tinha ainda parado para ouvir atentamente este “Mudar de Bina”; fi-lo hoje, ficando por dizer apenas uma coisa: bravo!
Ouvir alguns sons de “Mudar de Bina”.
“Mudar de Bina” – Norberto Lobo (Bor Land, 2007)
Folk
www.myspace.com/norbertolobo
www.norbertolobo.com
[…] excelentes memórias deixadas por “Mudar de Bina” (Bor Land, 2007) e “Pata Lenta” (Mbari, 2009), anteriores álbuns de Norberto […]