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Tomba Lobos é o pseudónimo de José Cardoso, artista que tem vindo a construir o que eu considero ser uma das carreiras mais interessantes em Portugal não só nos campos da ilustração e design, mas também no campo da música. Juntamente com Leonel Sousa, é um dos fundadores da Gentle-Records, editora que obviamente acolhe o seu primeiro longa duração: “Adeus” que é do que devo falar neste momento. O primeiro álbum a solo de José Cardoso, vai beber à pop, tão solarenga quanto melancólica do seu primeiro single “Júlio Verne” assim como às texturas de “FANNY EP”. Nunca abandonando o aconchego ronfônho do LO-FI, por vezes encontramos canções completamente despidas, somente à guitarra e voz em falsete, embebidas em reverbs e ecos, por vezes encontramo-las frenéticas, guiadas por percussões sintetizadas, cheias de fuzz e distorção, outras vezes nem umas nem outras, encontramos belos exemplos de POP ASSOMBRADO. Mas todas elas são qualquer coisa que me faz qualquer coisa. Talvez seja pela honestidade do zé, talvez seja pelas letras se prenderem muitas vezes a coisas muito próprias de alguém que vive agora. Sejam elas memórias, desejos, sejam elas desabafos sobre a vida neste momento, sobre as “Mensagens do Facebook” ou simplesmente sobre algumas manias que andam a afectar a cabacinha do pessoal, como essa parvoíce de tudo ser empreendedorismo. Há ainda umas coisas que eu não percebo e ainda bem, porque fica a minha ideia, e para mim isso é muito do que importa na música. Convido-vos a ouvir também o disco e ficarem com a vossa ideia.

João Sarnadas sobre o álbum “Adeus” de Tomba Lobos.

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By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.