Para além da cópia mais ou menos aproximada a alguns dos êxitos internacionais da época, a adaptação de temas populares e tradicionais ao rock era outra das práticas comuns do incipiente movimento rock luso da década de 60 – vulgo yé-yé. Este curioso “Alecrim” do Conjunto Mistério é apenas um desses exemplos. Seguidores da onda Shadows, o Conjunto Mistério viria a dar origem a um dos mais importantes grupos da história da música rock em Portugal: o Quarteto 1111.
Aqui fica a versão instrumental do Conjunto Mistério para o popular “Alecrim”.

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capa de Alecrim
“Alecrim” – Conjunto Mistério (Decca, Valentim de Carvalho, 1964)

01 Alecrim
02 Os Olhos de Marianita
03 Sonho de Espaço
04 Plaine ma Plaine

género: pop
www.myspace.com/444241151

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.

5 thoughts on ““Alecrim” – Conjunto Mistério”
  1. Além de equipas de compositores também faltam equipas de produtores. O DN tem hoje uns artigos sobre os concursos tipo Idolos e porque é que os cantores não singram. Tentei escrever mas o processo de registo ainda não está concluído. Aproveito para colocar aqui: O que falta são compositores e não cantores. O João Pedto Pais singrou porque também é compositor. O que é que seria o Elvis em Portugal?

  2. Estive na primeira das noites Ritual Rock e nomes como Samuel Úria, Oquestrada, Diabo na Cruz e Tornados interpretaram 1 ou 2 versões. Quando falava em fazer versões não era estilo Marco Paulo. Era pegar em temas (independentemente de serem conhecidos) e darem-lhe um tratamento original. Iniciativas como o Termómetro Unplugged e 3 Pistas incluíam uma versão. Em inicio de carreira é preferivel fazer versões pesonalizadas a más canções. Claro que é preciso ser ambicioso para não ser um mero grupo de covers e falo de canções pouco conhecidas e não de sucessos. Voltando-me a repetir: as bandas não são todas obrigadas a terem compositores na banda. Quantas boas canções é que não haverá por aí em baús e cassetes de demos (…) No livro do António Duarte aparece uma afirmação do José Cid a dizer que o Zé Nabo tinha boas canções para um disco a solo. Será que foram usadas no disco da Rita Guerra, no “Claxon” ou com outros artistas?

  3. …opinião pouco ortodoxa ;) Isto se o entendermos como o coração de um qualquer projecto. Em todo o caso, fazem-se coisas bem interessantes.

  4. É uma lição que algumas bandas novas deveriam aprender. Em vez de fazerem temas meramente suficientes deveriam tentar reinventar algumas canções já conhecidas (ou mesmo desconhecidas) e tentar criar um som próprio. Uma outra ideia que tenho é que o cantar em português pode facilitar a personalizar o som do grupo. Quandos grandes temas é que não andam perdidos em discos que raramente são ouvidos, em maquetas ou apenas na memória de alguns. E até de um mau tema pode nascer uma canção nova. Uma outra grande falha em portugal é não haver compositores profissionais que escrevam e uma base de dados para quem queira aproveitar. Parece que um bom compositor também tem de ser bom cantor/músico. Dou apenas alguns exemplos: “I Wanna Dance With Somebody” e “I Will Always Love You” de Wintney Houston, “Don’t Turn Around” dos Ace Of Base, “Noite” da Resistência, “Sozinho” de Caetano Veloso, “Fico Assim Sem Você”(?) de Adriana Partimpim. (mesmo que não se goste são temas reaproveitados que tiveram uma segunda oportunidade).

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