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Albatre e a excelência de “A Descent into the Maelström”

Rui DinisRui Dinis

Há gajos com sorte, ponto. Gajos como eu e outros mais que já tiveram a oportunidade e o privilégio de poder desfrutar deste “A Descent into the Maelström” (Shhpuma, 2013), novíssimo disco dos Albatre, um projecto sediado em Roterdão, na Holanda, e dinamizado por Hugo Costa (saxofone alto e loops), Gonçalo Almeida (baixo eléctrico e electrónicas) e Philipp Ernsting (bateria e electrónicas). E não é exagero, há mesmo gajos com sorte; mesmo.

“A Descent into the Maelström” é um disco cheio de complexidades, um disco cheio de múltiplas soluções criativas. Não sendo um disco de puro rock ou de jazz, é acima de tudo um disco disso tudo e muito, muito mais. Estilisticamente pouco ortodoxo, “A Descent into the Maelström” é ainda assim um enorme e criativo exercício de estilo, cravado de elementos rock e free jazz alinhados por fortes correntes de improviso e uma indomável vontade experimental. Não se espere o óbvio, nada disso, esperem antes uma conjunto de novas e intrincadas soluções instrumentais. O ritmo é verdadeiramente pulsional, assombroso, a espaços também vagaroso mas quase sempre violento, pujante, de linhas sonoras enigmáticas. Por mim, está encontrado um dos discos do ano!

Mas descontraiam, esta é uma sorte que se pode estender a todos. O disco está em audição integral no Bandcamp do trio. {JAZZ | IMPROVISO | OUVIR}

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Rui Dinis
Author

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.