Emoção; melodia; intensidade.
Tenderia a caracterizar o último álbum dos CineMuerte com estas três palavras apenas. Tenderia. Sucessor de “Born From Ashes (Raging Planet, 2006), o último álbum dos CineMuerte confirma a dupla lisboeta como uma das boas certezas do actual meio musical luso. Com ideias mais claras e uma sonoridade mais orgânica, o resultado final transporta os CineMuerte para um registo mais eléctrico. Para tal terá contribuído sem dúvida a presença de Pedro Cardoso (F.E.V.E.R) na bateria e Ricardo Amorim (Moonspell) na guitarra; excelentes na interpretação do pensado por Sophia Vieira (voz) e João Vaz (baixo e teclados). “Aurora Core” é um disco consistente, de um equilíbrio estético absolutamente revelador. Sem grandes pontos fracos a destacar, o disco corre com coerência sobre um cruzamento de rock, metal e gótico. Interessante a voz de Sophia em toda a emoção e intensidade depositada no disco; fundamental todo o trabalho de composição de João Vaz; a melodia. É um disco absorvente, com nove temas marcados pela voz enfeitiçante Sophia e pelos arranjos pesadamente adocicados de João Vaz; electricamente vibrantes. Denso na sua estrutura, a sua audição revela-se de uma doçura desconcertante.
Negra melancolia; forte paixão. Bom disco.
“Aurora Core” – CineMuerte (Raging Planet, 2009)
01 A Tapper Light
02 Up For A Fight
03 Air
04 I Am A Fool But I Love You
05 The Night Of Every Day
06 Slightly Mad
07 The House Of The Past
08 Dave
09 The Call