Por onde andaste tu, velha e trituradora máquina sonora? Quem és tu hoje, meu monstro criativo de reconhecida irrequietude? Hoje, chamo-me “Hot Jesus” (Lovers & Lollypops, 2013).
Certo mesmo, foi este regresso aos discos operado em 2013 pelos Loosers para nova encarnação, sem Tiago Miranda, mas com Jerry the Cat, dos Gala Drop, nas vocalizações, com Rui Dâmaso na guitarra, João Maio Pinto no baixo e José Miguel Rodrigues na bateria e nos sintetizadores. Se por onde andaram pode parecer mais difícil de responder, já quem são hoje, aparenta menores dificuldades e não tem grandes segredos. Os Loosers mantém-se estoicamente nas franjas mais inóspitas do rock, de veia alternativa e esbracejando loucamente em múltiplas direcções. Do psicadelismo à música de dança num salto, da electrónica ao tribal num abraço, tudo roda em “Hot Jesus” numa espiral rítmica incessante – ainda tenho “Big Mouth” a martelar-me a cabeça. De recortes estéticos variados, é visível a paixão desenfreada por uma corrente mais experimental e exploradora de novas fronteiras sonoras. Tudo fruto de uma vontade arrebatadora de fazer diferente. Se ainda há alguma coisa a inventar no rock, talvez os Loosers tenham alguma coisa para dizer. [OUVIR]
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