O encontro desejado; o encontro quase prometido de dois lobos do mar, duas almas experimentadas nesta arte de inventar sons…
Em “Mogul de Jade”(Mbari, 2013), Norberto Lobo e João Lobo inventam e experimentam sons, mas tentam essencialmente combiná-los, oferecendo-nos novas e criativas soluções de prazer. É uma cumplicidade que se pressente, que se ouve, um encontro articulado entre as guitarras de Norberto Lobo – e o baixo em “Bragança” – e a exploradora bateria de João Lobo; pela voz do primeiro em “Bragança” e “Musgo na Voz”; e pela voz do segundo e de Crista Alfaiate e Mariana Ricardo na mesma “Bragança”. Enorme “Bragança”.
É também esta criatividade que faz de “Mogul de Jade” um disco de difícil categorização. Por aqui, gostamos de dizer que é uma cena tipo minimal alternativa com algumas doses de experimentalismo à mistura. Na prática, são oito paisagens surgidas das várias pontas de uma rosa dos ventos. Mas atenção, não é um disco de fácil absorção e tudo parece ter por trás um enigma por desvendar. Algo desconhecido que só as cordas de Norberto e a percussão de João vão acabar por desvendar, depois de sucessivas audições. Ricos e diversificados encontros sonoros.
À abordagem minimalista feita por uma guitarra e uma bateria, às vezes numa estranha coerência, Norberto Lobo e João Lobo respondem com um disco que é um mistério, um disco que é uma obra a necessitar de ser urgentemente descoberta por todos. [ALTERNATIVA | OUVIR]