Em 1978 surgiam em Almada os UHF.
Jorge havia morrido. A corrida já havia estoirado e os animais se lançado num esforço, quando os UHF editam aquele que seria o seu primeiro LP e um dos discos históricos do então tão propalado “rock português”. Editado em 1981 o disco chegaria a Disco de Ouro e “Rua do Carmo”, tema ícone do álbum, passaria semanas sem fim no topo dos tops. Bem, mas isto nem é grande novidade…
O que eu gostaria mesmo de escrever, é sobre a importância que este “À Flor da Pele” (e outros álbuns da altura) tiveram na formação pessoal de cada uma das pessoas que viveu aquela época extraordinária. A importância que este e outros álbuns tiveram num certo despertar para a língua portuguesa e para as potencialidades que “afinal” tinha para ser musicada, para vender. Os loucos anos 80. As memórias são muitas. Tem piada como mesmo sendo pouco mais que um puto na altura, boa parte das recordações vão exactamente para os grandes êxitos do “rock português”. Temas como “Rua do Carmo”, “Rapaz Caleidoscópio” ou “Modelo Fotográfico” fazem ainda hoje parte de um imaginário musical pessoal, de uma imaginário cultural, histórico…
António Manuel Ribeiro (voz, guitarra e teclas), Renato Gomes (guitarra), Carlos Peres [baixo] e Zé Carvalho (bateria) “à flor da pele”.