Jah live!
Qual Messias, “encarnação” lusa de Jah, esperança de uma rasta cultura lusitana adormecida, aqui, na Jamaica e no mundo, eternamente em busca de Zion, qual terra prometida, em luta contra uma pérfida Babilónia. Dread hoje, dread sempre, grita o movimento rastafari. Messias faz os Mercado Negro dar o passo que os Kussondulola não deram. E bem dado, seguro, sem medos e actualizado.
Jah live!
Messias “Jashoba” Santiago, mais do que um disco, oferece-nos um ritual, um movimento de um conjunto de gente, boa gente em comunhão, em redor de uma ideia, de uma ideia de paz e energia. A paz de Jah, Deus feito homem na Terra. Ary, Melo D, Mike Pemba, Bonga, One Love Family, Valdjiu, etc. irmãos em comunhão.
Qual Hailé Selassié I qual Marley qual Tosh, haveriam todos de balançar ao som deste caldeirão sonoro, deste caldeirão de imagens de luz alegria e serenidade. Mercado Negro traz-nos festa, traz-nos um conjunto de sonoridades que nos embalam numa dança sem fim. É reggae pois é, mas é dub e ska também, é drum’n’bass e é semba (Bonga pois claro!), é electrónica e são canções, canções de uma beleza contagiante, tal a simplicidade, canções leves como a água límpida de um rio que corre sem freio entre os lábios do mar, num beijo forte. Qual Beija-Flor flutuando!
É amor e é o sol, é a lua, Mercado Negro é uma relação descomprometida entre a natureza e um amor assim, entre a arte de amar e um vibrar sem fim. O disco de Mercado Negro é uma forte comunhão entre pessoas, muitas pessoas, todas com a mesma ideia, a de alimentar o espírito positivo desta gente, desta gente escura, negra de tristeza. Mercado Negro traz-nos nitidamente uma boa vibração. Mercado Negro está aí, de braços abertos para a legalidade, definitivamente.
Haja música, paz e amor, tendo o reggae por matriz, mas não só, este é uma disco diferente, é um disco diferente por ser um disco que inspira, que nos inspira em direcção à tranquilidade.
Jah live!