CONCERTOSClã em Ferreira do Alentejo

Sexta-Feira, 18 de Junho com os Clã em Ferreira do Alentejo. A Trompa esteve lá e viu tudo, quase tudo.
Viu uma noite a dar para o fresco, um público arredado do espectáculo e um concerto a começar uma hora depois do previsto. No fim pagou-se a factura … bem … mas até aqui tudo normal. Com tudo isto resta afirmar que viu os Clã dar um bom concerto. Bom e apenas bom. Não foi óptimo porque as condições não eram as melhores, a motivação não era a maior e sendo assim … Como habitualmente, os Clã cumpriram. Simplesmente. Sem calor!
Já diz o povo, sabiamente, “dá Deus nozes a quem não tem dentes” (com algum exagero admito) e na sexta-feira, o Alentejo não esteve com os Clã. Pouquíssimas centenas e bem espalhadas, tiveram o prazer de assistir ao vivo ao curioso Clã. Houve divulgação? Huummm!

O Concerto. Sexteto em linha, lado a lado sobre o palco, com a bateria à direita entre a névoa colorida pelos holofotes.
Bem, os músicos são grandes, Manuela Azevedo é espantosa, daí que, só poderia dar festa. Curta que o povo era pouco e a noite não estava para calores. Manuela Azevedo é fogo em cima do palco, paixão, energia a rodos e isso transmite-se (mas sem exageros). Na realidade foi um pequeno concerto, bem doseado entre temas mais serenos e outros de maior energia, entre temas de “Rosa Carne” e temas de “Lustro”.
Quem esteve e sentiu a arte, saiu satisfeito não esquecendo um dos momentos altos da noite (se os houve verdadeiramente!) com a versão de “Capitão Romance” dos Ornatos Violeta. Sem grandes surpresas, “Na Corda Bamba” deu para a massa agitar e “O Sopro do Coração” e “H2Omem” para calorosa interacção com o público, levando os próprios Clã a alguma admiração pelo reconhecimento sentido.
Na prática, rapidamente passou a hora de música e se esfumou a energia contagiante de Manuela Azevedo. O concerto estava terminado sem grandes momentos de êxtase.
Não, não estava, o grupo voltou para mais três temas iniciando o bónus com o excelente “Crime passional”, letra de Adolfo Luxúria Canibal. Daqui até ao fim foi um pulo, o público ainda pediu o regresso mas…nada.

Não foi de facto um espectáculo fabuloso, não tanto pela prestação da banda, mas antes pelo contexto, o ambiente estava frio, frio, se exceptuarmos um núcleo duro junto ao palco, digamos que não houve ambiente, contexto. O concerto também não foi extenso, mas assistiu-se a um esforço constante da banda (sem grande exagero) para agitar e evitar o adormecimento, principalmente pela sua voz. Não foi um concerto entusiasmante mas deu para perceber que os Clã são de facto uma das maiores bandas nacionais, principalmente ao vivo e a cores.

By Rui Dinis

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.