Luz e Sombras, como em qualquer fotografia, muitas vezes na mesma canção. Vê-se pássaros, gorgolejares de riachos, voos errantes de borboletas que num ápice são devastados, projectados pelos ares com o poder de um só acorde conjunto. Vê-se uma parede de som a ir contra quem nos ouve.
Que sabor tem a música de Cinza?
O bouquet de aromas dos Cinza é uma composição equilibrada de sal na dose certa, o doce apenas suficiente para não deixar o provador fazer caretas e um amargo daqueles que sabe bem, como as azedas ou uma boa aguardente. A nossa música terá sempre sabores diferentes de tema para tema pois é nossa preocupação criar ambientes e bases melódicas distintas, marcadas, únicas.
Que som tem a música de Cinza?
O som dos Cinza é o brilho dos pratos, as batidas frenéticas nos momentos intensos, a bonança pós-tempestade ouvida ao longe quando a música o pede. É o corpo do baixo, o strumming hipnótico da guitarra ritmo, o rendilhado neo-clássico dos solos, o corpo sólido do bombo e a pancada de corpo inteiro em cada toque na tarola.
O que se sente quando se toca na música de Cinza?
Farpas. Farpas escritas e tocadas. Ninguém que nos toque ficará sem opinião, indiferente, dormente… Há farpas de metal e farpas de fios de seda, no entanto… algumas doem e tiras a mão, apenas para voltar a experimentar mais tarde, outras enleiam-te e prendem-te os gestos, guardando-te por mais que os faças, até à redenção total.
Que aroma tem a música de Cinza?
Temos músicas que cheiram a jardins do Éden, a vida pululante. Outras cheiram a desertos vastos, ar seco, roupa empoeirada e cavalos. Temos inclusivé músicas que cheiram ao excesso de cigarros, a cinza carregada e abandonada, repulsora de quem “Vai em Paz”… o cheiro mais predominante é mesmo o da inspiração, aquele fresco travo que acompanha um sorriso quando a musa chega.
O que se intui da música de Cinza?
Quem quiser intuir algo, apenas tem de ouvir-nos despreocupado pois a nossa música encontra o seu caminho. Quem quiser perceber as letras e a base concreta global da música, basta ouvir a voz e os instrumentos um por um. Quem quiser perceber tudo o que a voz canta e a música diz terá de se aplicar um pouco mais, deixar o corpo entrar pela música, galopar os cavalos que cantamos, fumar o fumo que tapa as letras verdadeiras, fechar os olhos e subir.
:: Ano de Nascimento: 2008;
:: Localidade: Venda Seca;
:: Composição:
– Gonçalo Miragaia (Guitarra e Voz); Pedro Cunha (Guitarra); Pedro Madeira (Bateria); Tiago Fonseca (Baixo).
:: Discografia:
– “Nem Preto Nem Branco” – Demo
Rock/Alternativo
Em Belas, concelho de Sintra, acho eu…
Mas Venda Seca pertence a que concelho?
Não consegui apurar.
Grande abraço, Rui
:)