É um prazer ouvir a arte de Samuel Jerónimo. Mais ainda, quando esta se afigura como uma espécie de testemunho do crescimento de Samuel Jerónimo enquanto compositor total. “Duas Peças para Orquestra” é um claro testemunho disso mesmo.
Desde sempre ligado à música contemporânea, em alguns momentos com assomos de carácter experimental, este último registo mostra-nos o Samuel Jerónimo compositor clássico; em absoluto. São apenas duas faixas, com cerca de 16 minutos de duração total; mas são 16 minutos de uma exigente composição para orquestra. É exactamente esta exigência que faz do nome de Samuel Jerónimo, um dos novos nomes da contemporaneidade portuguesa.
“Duas Peças para Orquestra” é um registo solto, disponível, que em situação alguma se retrai ou se esconde em jogos sonoros menos óbvios. Nada disso. “Duas Peças para Orquestra” é um disco corajoso, feito de diferentes estados emocionais. É um registo com uma forte imagética, um disco que se imagina facilmente e se oferece ao ouvinte; visualmente forte; interiormente emocionante. Um belo trabalho para orquestra; sabe é a pouco.
As duas peças foram gravadas ao vivo pela Orchestra di Via Santa Maria, dirigida por Andrea Ricci.
“Duas peças para orquestra” – Samuel Jerónimo (Passageiros da Maré, 2011)
01 Peça para orquestra n.º 1
02 Peça para orquestra n.º 2
| CLÁSSICA | CONTEMPORÂNEA |
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