::Tema: “A Lenda de El-Rei D. Sebastião” – Quarteto 1111 (EP, mais “Os Faunos”, “Fantasma Pop” e “Gente”, Columbia/Valentim de Carvalho)
::Tempo: 1967
::Espaço: Estoril
::Expressão: Tema fundamental da discografia do Quarteto 1111 e da história da música moderna portuguesa, “A Lenda de El-Rei D.Sebastião” assumiu na década de 60 uma função de charneira no caminho trilhado rumo à modernidade sonora que ia a espaços brotando por esta alongada faixa ibérica chamada Portugal. Terá sido mais ou menos assim, como uma visão…
“Depois de Alcácer Quibir
El Rei D. Sebastião
Perdeu-se num labirinto
Com seu cavalo real
As bruxas e adivinhos
Nas altas serras beirãs
Juravam que nas manhãs
De cerrado de Nevoeiro
Vinha D. Sebastião
Pastoras e trovadores
Das regiões litorais
Afirmaram terem visto
Perdido entre os pinhais
El Rei D. Sebastião
Ciganos vindos de longe
Falcatos desconhecidos
Tentando iludir o povo
Afirmaram serem eles
El Rei D. Sebastião
E que voltava de novo
Todos foram desmentidos
Condenados às galés
Pois nas praias dos Algarves
Trazidos pelas marés
Encontraram o cavalo
Farrapos do seu gibão
Pedaços de nevoeiro
A espada e o coração
de El Rei D. Sebastião
Depois de Alcácer Quibir
Virá D. Sebastião
E uma lenda nasceu
Entre a bruma do passado
Chamam-lhe o desejado
Pois que nunca mais voltou
El Rei D. Sebastião
El Rei D. Sebastião”
Na Rádio Memória da Trompa mora a lenda…
“A Lenda de El-Rei D. Sebastião” – Quarteto 1111 (Columbia/Valentim de Carvalho, 1967)