K2o3, 10 anos depois; ou as coisas que o tempo faz; ou não faz – o último “Grita” (Ed. Autor) é datado de 1999.
Apadrinhados pelos Xutos & Pontapés, em 1996, com a edição do álbum “És Capaz” pela El Tatu, os K2o3 reapareceram em 2009 iguais a si próprios; mantendo-se na linha dos padrinhos mas ao contrário – para melhor. E isto o tempo não mudou, felizmente. O tempo não adocicou o grupo de Santiago do Cacém. Manteve-os interventivos, curtos, direitos à coisa, com todas as letras e alguma ironia. Sem floreados desnecessários nem meias palavras, “No Fio da Navalha” vive de um punk-rock fresco e directo, com uma lírica pensada, em português e uma interpretação genericamente sem reparos. Esta é a parte em que o tempo fez qualquer coisa, felizmente. O tempo tornou os K2o3 mais maduros e tecnicamente melhores. A tudo isto junte-se ainda a produção equilibrada e limpa de “No Fio da Navalha”. Não se inventa muito, é verdade, mas o resultado é bem positivo.
Um bom regresso do grupo de Ulisses (voz e guitarra), Chaves (baixo), Mini (guitarra) e Nuno Costa (bateria); um regresso despreocupado, pouco tentando por compromissos.
“No Fio da Navalha” – K2o3 (Infected Records, 2009)
01 Abismo
02 Lama
03 Ovelha Negra
04 À espera de nada
05 Namorada
06 Olhos nos olhos
07 Beco sem saída
08 Faca
09 Miragem
10 Vira-lata
11 Mais ou menos
12 Silêncio
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