Diz o Prof. João R. Nazaré no prefácio: “Inscrevendo-se epistemologicamente no campo da sociologia da criação musical, o presente estudo tem um interesse indiscutível, por mais que não seja, pelo simples facto do seu autor ter demonstrado (a todos os que não conseguiram reter um pequeno sorriso à leitura do seu título) que, se não pode e não deve haver preconceitos em ciência – uma afirmação mais do que centenária herdada de E. Durkheim – em contrapartida, pode e deve haver uma ciência dos preconceitos” (p.12)
Tendo por base a tese de mestrado “O Fenómeno Musical ‘Pimba’ – O Caso Emanuel” apresentada em Novembro de 2001 na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, este livro aborda não só o fenómeno sócio-cultural do pimba – pouco, infelizmente, mas também e principalmente, os “aspectos musicais e literários” que lhe dão corpo. O caso de Emanuel – o mestre pimba – serve de referência.
De resto, fiquei com muitas dúvidas quando o autor afirma que este é um género musical que surge na segunda metade da década de 90, sensivelmente a partir de 1994 com a edição do megasucesso de Emanuel. A etiqueta parece surgida em 1994, é certo, agora o género, há muitos muitos anos se implantara por cá; é quase tão velho como a cassete pirata.
MARQUES, Francisco Manuel, “O Pimba – Um fenómeno Musical”, Lisboa, Sete Caminhos, 2006.