Muito dificilmente ouviria “The Tone Gardens” e o deixaria passar em claro; muito dificilmente.
Metaforicamente, são quase 53 minutos plantados em três jardins; um de 18 minutos, gravado em estúdio, em Lisboa; um outro, de quase 14 minutos gravado no Funchal, no Offshore Festival 2004 e um último, de 21 minutos, gravado no Guimarães Jazz 2004. Quais jardineiros de serviço, Sei Miguel, génio do trompete de bolso, é visitado por velhos conhecidos, Fala Mariam no trombone, Rafael Toral nas ondas sinusoidais, feedbacks e ruídos modulados e César Burago, na percussão de variadíssimos tipos, de variadíssimas coisas.
Sobre o néctar dos deuses, o aroma, sobre as cores que pintam tais jardins, sobressai um novo jazz particularmente brilhante; de uma sobriedade enorme e de uma simplicidade assustadora. Sem devaneios instrumentais, os elementos e instrumentos deste cenário, ao passo do trompete, vão contando a história do disco, de uma forma simples e consistente, pouco volumosa e coerente – única.
O argumento é fascinante. A forma como os vários elementos se vão sobrepondo na tela, remexendo a terra, o espaço, sem nunca distorcer o todo, sem nunca se impor desmesuradamente, marca a audição de “The Tone Gardens” – tudo está onde deveria estar, a seu tempo. A enquadrante e fenomenal electrónica de Rafael Toral, os pedaços da percussão de Burago e o físico trombone de Fala Mariam, conferem em si uma dinâmica de encadeamento verdadeiramente arrepiante à arte que se ouve. Devagar.
Sobra o perfeito jogo combinatório entre o som e o silêncio – sem percalços. O resultado final é único, inovador, futurista; qual jardim de cores celestiais, imagem fantástica.
Depois de ouvido, muito dificilmente deixaria de falar de “The Tone Gardens”. Muito dificilmente.
Metaforicamente, são quase 53 minutos plantados em três jardins; um de 18 minutos, gravado em estúdio, em Lisboa; um outro, de quase 14 minutos gravado no Funchal, no Offshore Festival 2004 e um último, de 21 minutos, gravado no Guimarães Jazz 2004. Quais jardineiros de serviço, Sei Miguel, génio do trompete de bolso, é visitado por velhos conhecidos, Fala Mariam no trombone, Rafael Toral nas ondas sinusoidais, feedbacks e ruídos modulados e César Burago, na percussão de variadíssimos tipos, de variadíssimas coisas.
Sobre o néctar dos deuses, o aroma, sobre as cores que pintam tais jardins, sobressai um novo jazz particularmente brilhante; de uma sobriedade enorme e de uma simplicidade assustadora. Sem devaneios instrumentais, os elementos e instrumentos deste cenário, ao passo do trompete, vão contando a história do disco, de uma forma simples e consistente, pouco volumosa e coerente – única.
O argumento é fascinante. A forma como os vários elementos se vão sobrepondo na tela, remexendo a terra, o espaço, sem nunca distorcer o todo, sem nunca se impor desmesuradamente, marca a audição de “The Tone Gardens” – tudo está onde deveria estar, a seu tempo. A enquadrante e fenomenal electrónica de Rafael Toral, os pedaços da percussão de Burago e o físico trombone de Fala Mariam, conferem em si uma dinâmica de encadeamento verdadeiramente arrepiante à arte que se ouve. Devagar.
Sobra o perfeito jogo combinatório entre o som e o silêncio – sem percalços. O resultado final é único, inovador, futurista; qual jardim de cores celestiais, imagem fantástica.
Depois de ouvido, muito dificilmente deixaria de falar de “The Tone Gardens”. Muito dificilmente.
Ouvir alguns dos jardins de “The Tone Gardens”
“The Tone Gardens” – Sei Miguel (Creative Sources Recordings, 2006)
01 first garden
02 second garden
03 third garden
Jazz/Experimental
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