Foi um domingo muito bom!
Peste & Sida
Mas que grande início de tarde. Nunca é demais lembrar que os Peste&Sida andam mesmo aí. Com uma energia incrível, o quarteto lisboeta, transformado em quinteto com o regresso do excelente Nuno Rafael para uma segunda guitarra, esteve verdadeiramente arrasador. Se o recente “Cai no Real” esteve naturalmente presente, foram ainda os históricos “Carraspana”, “Veneno”, “Sol da Caparica” e “Chuta Cavalo”, entre muitos outros, a criarem a loucura entre a assistência. Fosse o povo a decidir e o grupo ainda lá estaria a tocar…fantástico.
Sam the Kid
No sábado tivemos o hip-hop mais underground – com Chullage, no domingo, foi a vez do hip-hop mais pop. Genericamente, não foi difícil a Sam the Kid garantir o sucesso tal a multidão que efectivamente o aguardava. Com três vozes de apoio, Cruzfader nos pratos e os Cool Hipnoisers João Gomes (teclados) e Francisco Rebelo (baixo) – entre outros músicos, Sam the Kid conquistou com facilidade boa parte da assistência. Num espectáculo que ainda meteu B-Boys pelo caminho, Sam the Kid teve apenas de fazer o que sabe…”Não Percebes” é o hino e “Poetas de Karaoke” deixou as hostes em delírio!!!!!
Sons da Fala
> Guto Pires e Sérgio Godinho
Foi um espectáculo bonito. Projecto fundado numa ideia global de lusofonia, pelo palco 25 de Abril passaram os cantores Sérgio Godinho, Vitorino, Janita Salomé, Tito Paris (Cabo Verde), Luanda Cozetti (Brasil), Juka (S.Tomé e Príncipe), André Cabaço (Moçambique) Guto Pires (Guiné Bissau) e Don Kikas (Angola) – sem querer esquecer ainda os músicos. Em disco e em palco, os Sons da Fala cruzam com mestria as raízes de um mundo só, o mundo lusófono, interpretado canções dos vários cantos do mundo onde o português é fala. Que grande arrepio com o inicial “Venham Mais Cinco”, com todos os músicos em palco.
Carlos Bica & Azul
Outro dos grandes, grandes momentos do dia e da Festa. A comemorar os 15 anos de carreira, o grupo de Carlos Bica (contrabaixo) Jim Black (bateria) e Frank Möbus (guitarra) deu um pequeno e extraordinário espectáculo, nada que não se imaginasse, ouvidos os discos de Carlos Bica & Azul. Não faltando aquele cheirinho ao último “Believer”, foi um espectácuo de imaginação, exploração e pura divagação sonora pelos campos do rock, do jazz e da sua fusão. Mágico; naturalmente aclamado no final.
Jacinta
Jacinta vive hoje entre nós em estado de graça; com razão. Baseado no seu último álbum, pré-lançado exactamente no Avante, “Convexo – A Música de Zeca Afonso”, o concerto de Jacinta foi outro dos momentos altos do dia. Discorrendo sobre a discografia de Zeca Afonso, a cantora soube dar-lhe aquele arranjo cuidado, aquele tez jazzística que dá cor ao sangue que lhe corre no corpo. Com Rui Caetano ao piano e José Salgueiro na bateria, Jacinta deu-nos música com a classe e bom gosto que se lhe reconhece. Excelentes recriações do mestre…
Blasted Mechanism
Que dizer? Recuando no terreno quase no fim do concerto, não imaginava a multidão incrível que estivera a assistir aos novos Blasted Mechanism – mais extravagantes ainda. Cada vez mais um fenómeno de gente mais jovem, os Blasted Mechanism despertam igualmente uma grande curiosidade junto dos mais velhos e graúdos. O concerto em si foi verdadeiramente arrasador, começando mesmo com “Battle of Tribes” na companhia dos magníficos Kumpania Algazarra. De explosão em explosão, refira-se ainda a participação do mestre António Chaínho em “We”. Um verdadeiro fenómeno…pop.