“O que é para ti uma casa? Os braços de quem amas ou o lugar onde te escondes dos dedos dos teus demónios? É a estrada que tens à frente ou a cadeira onde te sentas no final da viagem? É a tenda de um circo itinerante, um navio naufragado ou o farol levantado em terra firme? É o sítio onde vives ou a última morada para o envelhecer dos ossos? Um bocado de terra santificada ou as pedras que fazem o chão de uma revolução profana? Será uma rua sem nome, as paredes de um quarto ou a gaveta de madeira onde se acumularam pedaços de memória? É um desejo, um objecto perdido ou é essa coisa que bate dentro do teu peito? É um palco repleto de barulho e gente, um corredor silencioso ou é o som da caixa de música onde dançam dois bonecos? É a paisagem pintada na tela, o pó que cobre o teu soalho ou será o simples conforto de ter um corpo que não conhece dor?
Por detrás e para além de paredes, portas e fechaduras, as histórias de uma multidão de palhaços, dançarinos e homens simples transformam-se em canções sobre o desvanecimento, a morte, o sonho e o desejo. Quebram-se paredes que não dobram, gritam-se palavras por gastar e roda-se o mundo para o Sol.
Existem muitas chaves para os lugares de At Freddy’s House.” (Susana Noronha)
Mais música livre.
“Lock” – At Freddy’s House (Optimus Discos, 2009)
My friend, I hope you reach the sky.
Boa…
Continua por aí…
RD
Disco inesperado. Bela surpresa!