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EM DIRECTO|Com Mandrágora

Rui DinisRui Dinis

A surpreenderem mais uma vez com o seu novo álbum, “Escarpa” (Hepta Trad, 2008), os Mandrágora deixaram-nos por aqui algumas respostas:

a trompa: O que move os Mandrágora?
Mandrágora: A nossa motivação principal é fazer música instrumental, composições da nossa autoria que reflectem a vivência musical de cada um dos elementos do grupo. Move-nos essencialmente um gosto muito grande por música de conjunto: apresentar ideias, trabalhá-las, direccionar o nosso trabalho de composição para que o resultado seja do agrado de todos os elementos, fazer música original sem estar balizada por géneros (folk, rock, jazz, etc). Deixar a música fluir e revelar-se por si mesma! .

a trompa: Foi para vocês uma surpresa, as críticas positivas que receberam ao primeiro álbum? Em jeito de balanço, o que acham que cativou as pessoas?
Mandrágora: O que cativou as pessoas terá sido a nossa maneira diferente de conciliar as músicas tradicionais e modernas, porque já toda a gente ouviu montes de fusões superficiais, do tipo melodia tradicional com batida techno ou guitarras com distorção, mas a nossa fusão está na própria concepção das melodias. Ouve-se uma frase e não se consegue identificar de onde aquilo vem. Sabíamos que essa sensação de estranheza ia atrair algumas pessoas, mas ficamos muito surpreendidos, por exemplo, com a atribuição do Prémio Carlos Paredes.

a trompa: Sentiram de algum modo – até pela forma como o vosso 1º disco foi recebido, a chamada ‘pressão do 2º álbum’? Como correram as gravações?
Mandrágora: Houve alguma pressão, mas não mais do que em qualquer outra gravação ou concerto, porque tentamos fazer sempre o melhor que nos é possível. Sabíamos que havia algumas coisas a melhorar face ao primeiro disco. Houve a preocupação de o tornar ritmicamente mais intensos e com mais pujança sonora. No geral, podemos dizer que as gravações correram bem, graças ao trabalho e paciência do técnico Joaquim.

a trompa: “Escarpa” parece querer continuar um trabalho de alguma experimentação, de alguma evolução dentro do campo da música tradicional portuguesa. É correcta esta ideia? Isto é para vocês um objectivo?
Mandrágora: Pode-se dizer que se continua o caminho de experimentação que já vem sendo percorrido desde o primeiro disco, mas não dentro da música tradicional. Mas não somos um grupo de música tradicional, apenas temos a música tradicional como uma das nossas maiores referências, e usamos alguns instrumentos tradicionais de vários países (Portugal, Suécia, Espanha, Irlanda) para fazer a nossas composições. O nosso objectivo é fundir estes instrumentos com outros mais representativos de outros géneros musicais, como o violoncelo e a guitarra clássica, o baixo eléctrico, o saxofone e bateria. Não temos pretensões de fazer evoluir a música tradicional portuguesa pois não a fazemos.. tentamos sim, sempre que possível, criar um som novo e isso é um objectivo nas nossas composições.

a trompa: Como olham o actual panorama da música tradicional – e semelhantes – portuguesa?
Mandrágora: Está a evoluir a olhos vistos, estão muitos projectos a aparecer e outros a lançar novos discos, vivemos um bom momento actualmente, com muita fartura!

a trompa: Podem levantar o véu sobre o concerto de apresentação de “Escarpa”? Há alguma surpresa guardada para o dia 9 de Maio?
Mandrágora: Sim temos algumas, mas se dissermos agora deixarão de ser surpresas.

a trompa: Como caracterizam vocês o novo álbum “Escarpa”?
Mandrágora: Um álbum diferente do que actualmente se pode encontrar, com musicas originais e instrumentos diferentes do que, normalmente, costuma ser nosso apanágio.
Um álbum cheio de força e na senda de conquistar um lugar na música portuguesa.

a trompa: O que podem esperar as pessoas que vos forem ver ao vivo?
Mandrágora: Muita música instrumental, alguma cantada e boa disposição como de costume.

som Mandrágora


> Foto: Jorge Casais

tipo Folk
sítio www.mandragora.com.pt
sítio www.reverbnation.com/mandragora

Rui Dinis
Author

Rui Dinis é um pai 'alentejano' nascido em Lisboa no ano de 1970, dedicado intermitentemente desde Janeiro de 2004 à divulgação da música e dos músicos portugueses.