EM SÍNTESE|”Boyhood Survival Kit” – Rejects United

Conhecido o EP “Rebound Aftermath”, de 2005, era com alguma curiosidade que se esperava o álbum de estreia dos Rejects United, grupo formado por João Campos (voz e guitarra), Paulo Spínola (guitarra), Vitor Calado (baixo) e Rodrido Alves (bateria). Chegado o disco, “Boyhood Survival Kit”, 14 faixas editadas pela editora inglesa LockJaw Records, a curiosidade transformou-se rapidamente em surpresa. Não que “Rebound Aftermath” soçobre como fogo de vista, mas antes porque “Boyhood Survival Kit” chega mesmo a ultrapassar as expectativas.
Numa viagem que os leva a passear com serenidade pelos espectros rock, punk e até metal, a surpresa está na forma extraordinariamente fluída como o disco se vai extinguindo. Este é um compromisso totalmente ganho, aquele que cruza o desejo de criar um disco pop, de audição fácil, refrões acesos, com uma sonoridade enérgica, agressiva e pesada quando necessário. A este cruzamento de espectros, a banda lisboeta responde com distinção, com grande equilíbrio, daí resultando um disco bastante coeso. Essencialmente melodioso, em “Boyhood Survival Kit” e quando o argumento o pede, os Rejects United nunca se coíbem de colocar o pé no acelerador, eriçando com facilidade os espíritos mais sossegados.
Gravado nos Generator Studios, em 2007, co-produzido pelos próprios e por Miguel Marques (Easyway), “Boyhood Survival Kit” é um disco eficiente e eficaz; eficiente porque está bem feito, eficaz porque resulta. E bem.